Um catador de recicláveis de 38 anos morreu no dia 10 de janeiro, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Elvis Cleiton da Silva Batista foi linchado até a morte por supostamente estuprar uma criança de 9 anos.
A PCMG (Polícia Civil de Minas Gerais), no entanto, concluiu que o catador era inocente e não violentou a criança. As investigações apontam que ao menos 13 pessoas estão envolvidas no crime, sendo três adolescentes.
Elvis Cleiton da Silva Batista foi agredido com pedradas por moradores da região, que fica a 260 quilômetros de Belo Horizonte. Dez suspeitos já foram indiciados, incluindo a mãe da criança, seu noivo e seu sogro, que foram presos no dia do linchamento.
O crime foi filmado e publicado nas redes sociais, o que facilitou as investigações. “Todos os indivíduos que aparecem na imagem agredindo a vítima foram identificados, a gente conseguiu ouvir a maioria deles aqui na delegacia”, informa a delegada Camila Miller ao Cidade Alerta.
“Dos envolvidos no crime, já temos sete presos. Na conclusão da investigação, eu indiciei todos por tortura”, completa.
Entenda a notícia falsa que levou homem a ser linchado até a morte
A delegada responsável pela investigação explica que a criança contou que havia sido “agarrada” por um homem na rua, levando a mãe a pensar que se tratava de um estupro.
“O fato de ser agarrada, depois a gente apurou, era que um homem segurou a menina pelo braço. E a gente nem tem certeza absoluta que seria esse homem foi de fato a vítima que faleceu”, esclarece Camila Miller.
“A notícia se espalhou pelo bairro e chegaram até o Elvis. Ele foi acusado de ter estuprado essa menina, motivo pelo qual foi levado a um tribunal no meio da rua. Diversos populares agrediram e ele veio a óbito devido a essas agressões”, diz.
A delegada ainda alerta para o perigo de “fazer justiça com as próprias mãos”, prática que tem se tornado recorrente na região e que resultou em Elvis Cleiton da Silva Batista sendo linchado até a morte por um crime que não cometeu.
“Pelo que a gente apurou até agora, esse crime anterior não aconteceu. E mesmo se tivesse acontecido, não se justifica agredir uma pessoa em via pública para que ela vá a óbito. Não é o melhor caminho fazer justiça com as próprias mãos”, considera.
Agressores gravaram o crime enquanto catador era linchado até a morte
*com informações do Cidade Alerta