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Poder público não divulgou laudo estrutural das piscinas fechadas há um mês. Práticas de crianças, adultos e idosos foram suspensas sem aviso prévio, afirmam frequentadores. Complexo aquático em 2022
Leonardo Moniz/ Prefeitura de Piracicaba
Alunos que frequentavam as piscinas do Complexo Aquático Dr. Samuel de Castro Neves informaram ao g1, nesta segunda-feira (10), que têm estado sem previsão de retorno das aulas de natação e hidroginástica após o fechamento do local por problemas estruturais em 9 de janeiro deste ano.
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A prefeitura não informou quantos alunos foram afetados com as paralisações. Mas segundo dados disponibilizados pelo órgão público em 2022, cerca de 600 munícipes frequentavam as aulas do complexo por semana.
O instrutor de autoescola, Conrado Mursa Freire, reclamou da falta de diálogo com o poder público.
“A gente, por enquanto, não teve nenhum parecer da prefeitura sobre as aulas. Nenhum aviso ou posição dela. Enquanto isso, seguimos sem aula”, afirma Conrado Mursa Freira.
De acordo o comerciante Leandro Oliveira, aluno do complexo há dois anos, as práticas foram suspensas sem aviso prévio.
“Cheguei lá para fazer aulas e dei de cara com a piscina fechada. Me perguntaram: ‘Você não está sabendo?’ [sobre o fechamento]. E eu não sabia”, informa Leandro Vieira.
“Soubermos de um dia para o outro. Falaram pelo grupo do WhatsApp ‘A partir de amanhã não terá mais aula. Elas estão suspensas sem previsão de retorno por conta dos reparos do vazamento’” complementa o consultor de vendas Gerson Mengarelli, que é aluno do complexo há mais de 7 anos.
Casa de máquinas do complexo aquático em Piracicaba também sofre com bolores e falta de manutenção
Edijan Del Santo/EPTV
Saúde
O jornalista Marcelo Basso é uma das pessoas que procurou o local por orientação médica há mais de oito anos. Ele precisava operar o joelho. Mas a cirurgia foi dispensada pelo exercício da natação.
“A natação é ideal porque não tem o impacto e fortalece. A piscina é uma bênção. A natação é um plano de saúde, sabe? São muitos benefícios. Hoje, com as piscinas fechadas, estou sem nadar e tenho exercitado por conta. Mas outro dia, fiz uma caminhada um pouco mais puxada e o joelho voltou a doer”, afirma Marcelo Basso.
Paralisação 2025
De acordo com a Secretaria de Obras, os problemas para a paralisação das atividades deste ano incluíram ruptura nas bordas das piscinas, afundamento do piso, desprendimento do revestimento, dilatação estrutural e vazamento. Com a conta de água, o gasto mensal médio do espaço era de R$ 100 mil, apontou a prefeitura.
O secretário de obras, Luciano Selêncio, informou em 9 de janeiro deste ano à EPTV, que estava sendo finalizado um laudo sobre a estrutura do local. O prazo era de 20 dias. Segundo o secretário, a decisão sobre o que seria feito com o complexo viria com a análise do laudo estrutural.
O g1 contatou a prefeitura para saber o resultado do laudo, mas não obteve retorno até esta publicação. Enquanto isso, o complexo tem seguido fechado e as práticas suspensas.
Problemas na borda da piscina do complexo aquático de Piracicaba
Prefeitura de Piracicaba/Divulgação
Transferência de aulas
Durante outras paralisações do complexo aquático (veja cronologia das obras abaixo 👇), a prefeitura de Piracicaba estabeleceu parcerias com clubes e associações para que os alunos continuassem as práticas em outras piscinas.
“Teve uma época em que a prefeitura fez uma parceria com o Clube Cristóvão. A piscina do Cristóvão é muito boa, é uma piscina olímpica e as aulas ocorriam lá”, compartilha o aluno Conrado Mursa Freire.
Ao suspender as atividades do complexo em 2025, o secretário de esportes de Piracicaba, Roger Nascimento Carneiro, informou que a pasta analisaria a demanda novamente.
“Infelizmente, o município só possui uma piscina municipal, então vamos ter que buscar clubes e associações que possam estar de portas abertas para receber o nosso munícipe”, informou o secretário de esportes Roger Nascimento Carneiro em entrevista à EPTV , afiliada da Rede Globo, no início de janeiro deste ano.
A pasta foi questionada pelo g1 sobre o andamento das parcerias com clubes e associações, mas não respondeu até o momento desta publicação.
Após dois anos de reformas, complexo aquático de Piracicaba fecha novamente
Mais uma interdição
O complexo aquático de Piracicaba foi inaugurado em 1976 e oferece aulas de natação, hidroginástica e outras práticas aquáticas.
Em 2018, o espaço já tinha sido fechado em decorrência de vazamento na principal e maior piscina. A reforma durou mais de quatro anos e custou cerca de R$ 1,7 milhões. Confira abaixo cronologia:
Em maio de 2018, um vazamento causou a interdição da maior piscina pública do complexo.
Desde então, o local ficou fechado e as aulas foram transferidas, mas muitos alunos reclamaram que não conseguiam fazer as atividades.
Em 2019, a piscina principal completou um ano e meio interditada. Na época, a prefeitura afirmou que a obra para resolver o problema era cara e que não havia previsão para reabertura. Vestiário e banheiros também apresentavam problemas estruturais.
Em janeiro de 2020, com a piscina parada, o então prefeito Barjas Negri (PSDB) autorizou licitação para reformar o complexo. A obra estava avaliada em R$ 1,7 milhão e previa a construção de uma piscina semiolímpica também, além da reforma da outra.
Em junho de 2020, após dois anos da interdição parcial, a prefeitura assinou o contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal para reconstrução do complexo e iniciou as obras. A previsão de entrega era para o primeiro semestre de 2021.
Em agosto de 2021, o poder público recusou a entrega das obras de reforma do complexo ao apontar problemas estruturais e a necessidade de ajustes nas piscinas.
Em novembro de 2021, a prefeitura apontou mais problemas na reforma e notificou a empresa responsável pela obra pela terceira vez.
A inauguração do complexo aquático estava prevista para janeiro de 2022. Mas foi adiada para março do mesmo ano em decorrência da continuidade de problemas estruturais.
Quatro anos após fechamento, o complexo foi inaugurado para o público no segundo semestre de 2022.
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