Mandado de busca e apreensão foi cumprido em uma empresa de transporte em Araguaína. Esta é a segunda fase da Operação Donatio. Ação foi cumprida durante a segunda fase da Operação Donatio.
MPTO/ Divulgação
Mandado de busca e apreensão foi cumprido na sede de uma empresa de transporte, em Araguaína, no norte do Tocantins. As investigações apuram um suposto esquema de venda de certificados falsos de cursos para especialização de condutores profissionais.
O nome da empresa não foi divulgado e por isso o g1 não conseguiu o contato.
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A ação foi cumprida nesta terça-feira (11) durante a segunda fase da Operação Donatio. Segundo a investigação, o grupo vendia certificados falsos para atestar a capacitação de condutores para o transporte de pessoas e produtos perigosos.
A operação é realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Tocantins (MPTO) e pela Polícia Científica.
O mandado de busca foi autorizado pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Palmas, que autorizou apreensão de celulares, computadores e documentos. A medida é para a coleta de provas relacionadas às atividades ilícitas investigadas.
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1ª fase Operação Donatio
Quase R$ 8 mil foram apreendidos com suspeitos durante operação em 2021
Divulgação/Gaeco
Em 2021 a operação ‘Donatio’ cumpriu doze mandados de busca e apreensão contra um grupo suspeito de fraudar certificados para condutores de transporte de passageiros.
Durante a ação também foram apreendidos documentos, celulares, duas armas de fogo e R$ 7.750. Na época, a operação contou com o apoio do Gaeco do MP de Goiás, da Polícia Civil do Tocantins e do Núcleo de Inteligência do Detran.
Os mandados foram cumpridos na época em Palmas, Araguaína, Dianópolis, Almas, Gurupi, Tocantinópolis e em cidades de Goiás,
De acordo com o Gaeco, a organização criminosa tinha objetivo de “capacitar condutores de transporte de pessoas e de produtos perigosos”. As investigações apontaram que os suspeitos agiam de forma articulada para falsificar e vender certificados de cursos de formação.
A operação Donatio leva esse nome, porque assim era mencionada a Donatio Constantini – o documento fraudado mais famoso da idade medieval. Este documento é um escrito que o imperador Constantino I teria doado ao Papa Silvestre I terras e prédios dentro e fora da Itália, durante o quarto consulado do monarca.
Nos debates medievais, a Donatio era mencionada, sendo rejeitada muitas vezes é classificada como falsa. No século XIX, ninguém mais levava a sério o referido escrito.
Como funcionava à venda de certificados falsos
De acordo com as investigações, o grupo localizava condutores que precisavam dos certificados. Esses motoristas tinham os nomes inseridos nas turmas de formação de um instituto autorizado pelo Detran, desde 2016, a ministrar cursos especializados para condutores.
Os motoristas eram aprovados mesmo sem participar das aulas e depois recebiam os certificados.
Entre os investigados estão responsáveis pela captação de clientes para o esquema, donos do instituto, instrutores, além de uma secretária que seria responsável por entregar os certificados.
Na primeira fase da operação o g1 entrou contato com o instituto, mas não houve retorno. Após as compras dos documentos falsos, os condutores eram liberados para fazer serviços de condutores profissionais, como em táxis, mototáxis e caminhão tanque, mesmo sem passar por nenhum tipo de especialização.
A organização criminosa também induzia o Departamento de Trânsito do Tocantins (Detran) a erro no momento de registrar os cursos nas carteiras de habilitação.
Documentos foram apreendidos durante buscas
Divulgação/Gaeco
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