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Jovens chegaram à avenida para o primeiro desfile e até às 5h seguiam empolgados pelas escolas. Para eles, o carnaval de avenida é uma fuga da ‘bagunça’ dos blocos. As primas Yasmin Santos e Agatha Amorim
Deslange Paiva/g1
Neste ano, uma coisa chamou a atenção do g1 ao observar o público das arquibancadas do Sambódromo do Anhembi: a presença de pessoas bem mais novas.
Os nascidos em meados dos anos 2000 estavam em peso na plateia para viver o que eles chamaram de “experiência do verdadeiro carnaval”.
As primas Yasmin Santos, de 20 anos, e Agatha Amorim, de 16, estavam acompanhadas da família. Família esta que explica o amor pelo carnaval de Sambódromo. Para eles, o “verdadeiro carnaval é aqui”.
“Minha família toda é carnavalesca. Nasci e cresci no carnaval. Desfilei quando era criança. Então fui pegando amor e para mim aqui é o verdadeiro carnaval”, afirma Yasmin.
“A festa de rua para mim está muito longe da realidade. O que a gente vê aqui na avenida é real, tradicional”, completa.
Esta é a primeira vez de Agatha no Sambódromo e a terceira de Yasmin.
Já Nauê Santos, de 20 anos, assiste aos desfiles desde 2017.
Nauê Santos
Deslange Paiva/g1
Assim como as outras entrevistadas, a família dele é do carnaval.
“Fui influenciado desde cedo. Eu sinto que aqui está a essência do carnaval. Tem um peso cultural muito grande, principalmente nos enredos, coisa que é impossível levar para os bloquinhos”, afirma.
Nauê diz que entre seus amigos a preferência é maior pelo carnaval de Sambódromo justamente por conta dos enredos.
Já Caroline Baltazar, de 26 anos, estreou no Sambódromo neste ano. Disse que escolheu sair dos desfiles nas ruas e ir para a avenida por se sentir mais segura.
Caroline Baltazar
Deslange Paiva/g1
“Eu vi muito assalto, roubo [nos blocos de rua]. Sofri assédio e aqui eu tenho a sensação de que estou mais segura. Sempre tive vontade de conhecer de perto e estou achando maravilhoso”, afirmou.
Caroline diz ainda que escolheu a avenida do samba realmente para fugir dos blocos de rua e do que ela chamou de “bagunça”.
“Aqui eu consigo aproveitar o carnaval real. O carnaval de rua daqui está difícil e nem eu nem meus amigos aguentamos mais, principalmente por causa da insegurança”, afirma.
Os jovens chegaram ao Sambódromo antes do primeiro desfile e até as 5h ainda estavam empolgados e acordados para assistir até o fim.
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