
Previsão era de que o nível do Rio Acre chegasse aos 15 metros no fim de semana, porém choveu 22,8 milímetros nas últimas 24 horas na capital. Ainda não há o quantitativo de pessoas afetadas nesta sexta-feira (14). Bairro 6 de agosto é um dos mais atingidos pela cheia do Rio Acre
Pedro Devani/Secom
A subida do nível do Rio Acre, na capital acreana, continua acelerada após as fortes chuvas desta quinta-feira (13). Após subir 42 centímetros nas últimas 12 horas, o manancial chegou a 14,98 metros na medição das 6h e, na nova atualização das 9h, ultrapassou os 15 metros e chegou a 15,17 metros. Pelo menos 20 bairros estão afetados pelo avanço das águas, segundo a Defesa Civil municipal.
📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp
📆 Histórico do dia anterior: Na quinta pela manhã, o nível do Rio Acre registrou 14,34 metros às 6h. Às 9h, o rio havia subido para 14,37 metros e, ao meio-dia, alcançou a marca de 14,42 metros. Às 18h, o rio marcou 14,51 metros. A última medição do dia foi às 21h, onde o rio apresentou 14,56 metros. Ainda segundo o órgão que monitora o rio, choveu 22,8 milímetros.
⚠️Contexto: A cota de alerta do Rio Acre na capital é de 13,50 metros e a de transbordo é de 14 metros em Rio Branco. O manancial na capital está acima desta marca desde segunda-feira (10) e chegou a ter vazante na terça (11) e quarta (12). No entanto, ainda na noite de quarta, voltou a subir e segue neste ritmo a cada medição, que é feita a cada três horas. Ainda não há o número oficial de pessoas afetadas pela inundação.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, ainda na quinta as primeiras famílias começaram a ser encaminhadas para o abrigo no Parque de Exposições Wildy Viana. Na manhã desta sexta, já haviam sido levadas cinco famílias, porém mais pessoas devem ser retiradas.
“Ainda vamos transportar daqui a pouco mais de 18 famílias e já temos em torno de 12 a 15 pedidos de retirada. Então, esse número deve aumentar bem significativamente agora ao longo da manhã. A gente vai seguindo com muito trabalho, e além do mais, temos que atender também a zona rural”, informou Falcão.
LEIA MAIS:
Após dois dias de redução, Rio Acre volta a subir na capital; elevação deve continuar, diz Defesa Civil
Rio Acre continua baixando na capital, mas famílias de áreas atingidas seguem em abrigos
Cheia dos rios leva governo do Acre a decretar situação de emergência
Rio Acre transborda em Rio Branco e afeta ao menos 300 famílias; três municípios também estão em alerta
Boxes já estão prontos para receber desabrigados pela cheia do Rio Acre
Assecom
Sobre o espaço preparado para os desabrigados, Falcão explicou que também já tem uma região específica para animais de estimação.
“Temos diversos espaços. Tem o espaço comum, espaço para idosos, tem um abrigo já montado pra quem tem autismo e também temos o local pra acolher os animais das pessoas. Inclusive até um fato curioso é que ontem uma família chegou com 15 galinhas no Parque de Exposições. A gente não pode deixar ninguém para trás, tudo é vida e a gente leva isso muito a sério”, disse ele.
Ano letivo
Além da preocupação com as famílias, a cheia do Rio Acre também pode impactar o início do ano letivo. O vice-prefeito e secretário municipal de Educação, Alysson Bestene, destacou que, embora a previsão seja para o início das aulas no próximo dia 17 de março, o aumento do volume das águas pode afetar algumas escolas, dificultando o acesso de alunos e profissionais da educação.
“A princípio, nós estamos com a programação toda pronta para iniciar o ano letivo no dia 17 de março, mas diante desse aumento do volume das águas, isso pode chegar em algumas escolas prejudicando os alunos e consequentemente os profissionais. A gente faz uma reprogramação desse início, mas a princípio está tudo mantido para começar dia 17″, afirmou o secretário.
Atendimentos nos abrigos
O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, João Marcos Luz, garantiu que todas as famílias que precisarem de abrigo terão um bom atendimento no Parque de Exposições.
“A gente está pronto aqui para atender, da melhor forma possível, as pessoas que estão sendo atingidas, pelas águas do Rio Acre. Vamos fazer o acolhimento, cuidar da alimentação adequada, com qualidade, quentinha, encaminhar para a saúde, fazer atividade com as crianças, nosso Criança Feliz vai estar aqui também”, informou ele.
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, disse que assim como as últimas quatro grandes enchentes enfrentadas na sua gestão, o atendimento e acolhimento as vítimas da alagação ocorrerá como nos anos anteriores.
“Os boxes já estão prontos aqui, tudo arrumadinho, pronto para receber essas famílias. A gente sente muito o que está acontecendo. Infelizmente, natureza é natureza, vai ser a quinta alagação que a gente pega. Ainda hoje começarão a ser retiradas as famílias que estão pedindo, umas vão para casas de parente, outras vêm para cá”, disse ele.
Governador Gladson Camelí e vice-governadora Mailza Assis estiveram reunidos com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, para solicitar ajuda federal
Yasmin Fonseca/MIDR
Ajuda federal
O governador Gladson Camelí e a vice-governadora Mailza Assis se reuniram com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, em Brasília (DF), nesta quinta-feira (13) para pedir apoio do governo federal, caso a situação se agrave nos próximos dias.
“Nossa vinda a Brasília é para mostrar a situação que estamos enfrentando no Acre e pedir ajuda do governo federal, que sempre tem sido um grande parceiro em momentos difíceis. No ano passado passamos por uma grande cheia e, caso isso venha a se repetir, queremos estar prontos para atender à população com dignidade”, afirmou o governador.
A vice-governadora explicou ao ministro Waldez Góes que no último dia 10 de março, o Acre decretou situação de emergência em razão da elevação do nível dos principais rios do Acre. A medida tem validade de 180 dias.
“Essa é uma ação necessária para darmos uma resposta rápida no atendimento às pessoas. Temos dado todo o apoio, e destaco nossa atuação em relação às famílias de indígenas desabrigados pela cheia do Rio Acre. Elas estão sendo acolhidas da melhor maneira possível”, declarou Mailza, que também é secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos.
Nível do Rio Acre continua aumentando na capital
Pedro Devani
Previsões
Após dois dias de redução, o Rio Acre voltou a subir na capital nesta quinta-feira (13), segundo a Defesa Civil Municipal. De acordo com Falcão, a elevação deve continuar a partir desta quinta.
O principal motivo desta previsão é o volume de chuvas que tem atingido o manancial em outros municípios do interior, como Brasiléia e Assis Brasil, desde a terça-feira. Essas águas chegam, gradativamente, até a capital. Ainda segundo o coordenador, as chuvas aconteceram em todo o estado.
“Nós tivemos muita chuva nas últimas 24 horas, nisso eu me refiro chuva entre 30 e 50 milímetros em todas as outras regiões, inclusive do Riozinho do Rola. Então, as coisas estão se acelerando”, complementou.
Falcão comentou ainda que pode haver um agravamento maior durante o final de semana.
“Pode até chegar a uma cota de 16 metros, que é uma previsão antiga já da Defesa Civil, onde foi feito um estudo. A Defesa Civil do município coordena todas as suas operações para que a gente possa realmente dar assistência a essas famílias atingidas”, afirmou ele.
Bairros afetados em Rio Branco:
Base
Airton Sena
Cadeia Velha
6 de agosto
Baixada da Habitasa
Cidade Nova
Triângulo
Taquari
Palheiral
Aeroporto Velho
O g1 aguarda a informação adicional de quais foram os outros sete bairros que foram atingidos nesta sexta (14).
Com relação ao restante da Bacia do Rio Acre o nível do rio está abaixo da cota de transbordamento nos municípios de Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri e Capixaba. Os outros municípios do estado ainda não há atualizações desde a última informação divulgada na quinta (13).
Rio Acre volta a subir na capital; Estado também acompanha situação em Cruzeiro do Sul
Reveja os telejornais do Acre