Crise no PSDB e mais: o recado de Jorginho Mello à Udesc após festas para calouros

O recente anúncio do Cidadania de encerrar a federação partidária com o PSDB expõe uma crise profunda no seio tucano, refletindo a perda de protagonismo de um partido outrora central na política brasileira.

Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB – Foto: PSDB/Divulgação/ND

Essa decisão, embora com efeitos práticos previstos apenas para 2026 devido às exigências legais, lança luz sobre os desafios enfrentados pelo PSDB em manter sua relevância no cenário político atual.

A federação, estabelecida em 2022, tinha como objetivo superar cláusula de barreira e garantir acesso a recursos e tempo de propaganda eleitoral. Contudo, ao longo de sua vigência, emergiram tensões significativas.

Integrantes do Cidadania expressaram insatisfação com a predominância do PSDB na aliança, apontando perdas em representatividade nas esferas municipais e estaduais.

Essa percepção de subordinação e a consequente diminuição de espaços políticos tornaram a continuidade da federação insustentável para o Cidadania.

Para o PSDB, a ruptura simboliza mais do que o fim de uma parceria; evidencia uma crise de identidade e estratégia. O partido, que já foi sinônimo de estabilidade e governança eficiente, especialmente durante os anos 1990 e início dos 2000, vem enfrentando um declínio eleitoral acentuado. A perda de cadeiras no Congresso e a diminuição de prefeituras sob sua gestão são indicadores claros dessa trajetória descendente.

A busca por novas alianças, seja por meio de federações ou fusões com outras siglas como Podemos, MDB ou Republicanos, surge como uma tentativa de reverter esse quadro.

No entanto, tais movimentos estratégicos exigem mais do que acordos formais; demandam uma profunda reflexão interna sobre os rumos ideológicos e programáticos do partido. A crise atual do PSDB serve como um alerta sobre a volatilidade e a necessidade de reinvenção constante na política. Partidos que não conseguem se adaptar às mudanças sociais e políticas correm o risco de se tornarem obsoletos.

Cachês

O deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC) quer explicações sobre os R$ 640 mil pagos à ministra da Cultura, Margareth Menezes, por shows em Salvador e Fortaleza com recursos públicos.

Goetten protocolou requerimento na Câmara convocando a ministra para prestar esclarecimentos e acionou órgãos de controle para apurar possível conflito de interesses.

Além disso, solicitou ao Ministério da Cultura informações sobre repasses federais a projetos culturais nos locais dos eventos para verificar eventuais irregularidades.

Gratificações

O líder do governo na Alesc, deputado Ivan Naatz (PL), apresenta na manhã de hoje um projeto de iniciativa do governo, que cria cerca de seis mil adicionais de gratificação para servidores públicos estaduais. A ideia é equilibrar a prestação de serviços nas secretarias.

Atualmente, muitos servidores trocam de secretarias na administração estadual em busca do bônus na renumeração.

Bronca na Udesc

O governador Jorginho Mello (PL) criticou, publicamente, eventos de recepção de calouros na Udesc e ameaçou reduzir o repasse de verbas para a universidade. Durante um evento com empresários, em Florianópolis, Jorginho afirmou que “se está contratando para fazer strip-tease” em atividades estudantis, “vou reduzir esse percentual”.

Governador Jorginho Mello não gostou nada dos eventos ocorridos na Udesc - Foto: JONATA ROCHA/SecomGOVSC/ND

Governador Jorginho Mello não gostou nada dos eventos ocorridos na Udesc – Foto: JONATA ROCHA/SecomGOVSC/ND

O governador disse que cobrou explicações do reitor José Fragalli. E pontuou que respeito à sociedade e aos alunos deve ser prioridade. O repasse à Udesc é de 2,49% da Receita Líquida Disponível, uma soma da arrecadação de impostos estaduais, e faz parte dos recursos constitucionais destinados aos Poderes do Estado.

A polêmica sobre recepção de calouros na Udesc gerou críticas de parlamentares do PL e levou o governador Jorginho Mello a questionar os eventos. Dois encontros distintos ocorreram: um organizado pelos centros acadêmicos, que repercutiu nas redes sociais, e outro promovido pela reitoria, com a contratação da artista drag Suzaninha.

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