Isabela Regina Silva Leite estava com Emerson Moura Leite desde 2013. Casal tem uma filha, de três anos. Segundo ela, Emerson ia do trabalho para casa quando sofreu o acidente. Isabela Leite, mulher de Emerson Moura Leite, compartilhou a última conversa que teve com o marido antes do acidente fatal
Reprodução/Instagram
A mulher do jornalista de 47 anos que morreu após bater a moto que pilotava na traseira de uma carreta, na noite de sexta-feira (14), compartilhou nas redes sociais as últimas mensagens que enviou ao marido, no mesmo momento em que ele sofria o acidente na Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, em Jundiaí (SP).
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Isabela Regina Silva Leite conta que o marido, Emerson Moura Leite, enviou a mensagem no momento em que subia na moto para encontrá-la. A última conversa entre o casal também mostrava a mulher preocupada pela demora do companheiro.
“As noites são mais sofridas. Minha última conversa. A minha preocupação no mesmo horário em que ele subia. Não está fácil, eu jamais imaginei. Rezem por mim”, disse na postagem.
Ao g1, Isabela conta que estava com Emerson desde 2013. Segundo ela, o jornalista voltava do trabalho quando sofreu o acidente.
“Nós tínhamos ganhado um ‘vale-night’ dos meus pais, então a nossa filha ficaria em casa com eles para que a gente pudesse sair e conversar como um casal, que é algo que sempre achei importante fazer. Ele estava voltando do trabalho para sairmos e, aí, infelizmente aconteceu isso”, lamenta.
Isabela e Emerson se conheceram por causa da profissão dos dois: jornalista. Casal estava junto desde 2013 e tem uma filha
Arquivo pessoal
O casal tem uma filha, de três anos. A menina participou do sepultamento do pai, que foi feito de maneira mais “lúdica”, segundo a mãe.
“Soltamos balões. Ela soltou um balão falando ‘papai’. No dia a dia, eu tenho transformado o céu na figura dele. Então, a gente fala ‘bom dia’ para o céu, como se estivesse falando com o papai. Se é um dia, por exemplo, mais nublado, eu falo que o papai está um pouquinho bravo e é por isso que o céu está nublado. Vou trabalhar essa parte lúdica até o momento em que ela começar a sentir saudade mesmo. A demonstração de carinho vai ser em foto, em vídeo, em itens dele e assim por diante”, relata.
Isabela e Emerson se conheceram por causa da profissão dos dois: jornalista. Casal estava junto desde 2013 e tem uma filha
Arquivo pessoal
Isabela, que também é jornalista, diz que Emerson começou a trabalhar com jornalismo na adolescência, junto ao pai dele, que atuava na área do jornalismo esportivo.
“Emerson era um jornalista fantástico. Um sensacional professor. Nos conhecemos na profissão. Eu trabalhava em um órgão público que ele também trabalhava. Eu era da mídia e ele era da assessoria de imprensa. Ele dizia que foi amor à primeira vista, porque, quando eu fui falar com o meu chefe, ele já se apaixonou por mim”, relembra.
Emerson Moura Leite morreu após bater moto na traseira de carreta em Jundiaí (SP)
Reprodução/Facebook
Além de amar a profissão, Emerson gostava de estudar sobre segurança pública, de jogar videogame e de torcer pelo Corinthians, time do coração. Os dias sem a presença do marido vêm sendo preenchidos com o apoio incondicional dos familiares e dos amigos.
“Estou com a minha rede de apoio, que tem algumas soluções para estes primeiros dias, tipo não me deixar dormir sozinha, sempre ter alguém do meu lado. E aí é isso que eu estou fazendo: vivendo o luto do começo. A gente tem vários lutos. O luto do começo, da perda, de onde começar, como recomeçar. E eu estou assim, cercada de pessoas do bem.”
Acidente
Emerson morreu no dia 14 de março, após bater a moto que pilotava na traseira de uma carreta. De acordo com o boletim de ocorrência, a Polícia Militar Rodoviária o encontrou caído no meio da rodovia. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) decretou a morte no local.
Ainda segundo o registro, o motorista da carreta relatou não ter percebido a batida, tendo sido avisado depois do ocorrido por motociclistas que passavam pela rodovia. A polícia solicitou perícia no local.
A Câmara de Jundiaí lamentou a morte de Emerson, que era assessor do vereador Cristiano Lopes, e se solidarizou com familiares e amigos.
“Além de ser um profissional respeitado e jornalista de excelência, Emerson sempre foi um colega muito divertido e respeitoso. Deixa saudades nos muitos amigos da Câmara de Jundiaí”, diz.
O corpo de Emerson foi velado no sábado (15), na Paróquia São João Bosco, e sepultado no Cemitério Parque dos Ipês.
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