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Ícone da TV brasileira, Xuxa marcou a vida de muitas gerações. A Rainha dos Baixinhos também contou com o apoio de um “time de peso” nos anos em que brilhou na televisão. As Paquitas se tornaram figuras importantes nas atrações. Por sinal, as assistentes de palco voltam à cena, fruto de um documentário que revisita a trajetória do grupo e também aborda polêmicas.
“Pra Sempre Paquitas”, documentário da “Globoplay” idealizado pelas ex-paquitas Ana Paula Guimarães e Tatiana Maranhão, conta como surgiram as assistentes de Xuxa, as funções, o brilho na TV e também problemas enfrentados ao longo da trajetória ao lado da Rainha dos Baixinhos.
Paquitas: a história e as polêmicas das assistentes de Xuxa que marcaram uma geração
O documentário, assim, dá protagonismo ao grupo que brilhava como coadjuvante. Xuxa Meneghel participa da série documental e dá depoimento neste projeto carregado de nostalgia, revelações e doses de polêmicas das paquitas.
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Xuxa inspirou muitas gerações de brasileiros – Foto: Brad Meneghel / Reprodução Instagram
Quem eram as Paquitas?
As origens das Paquitas
À época na “TV Manchete”, em 1984, Xuxa atuava sozinha no “Clube da Criança” e, assim, tinha a missão de organizar as crianças que participavam do programa. As paquitas, assim, surgiram para auxiliar a apresentadora. Andréa Veiga foi a primeira paquita.
Mas por que paquita? O programa contava com um papagaio fantoche, cujo nome era “Paquito”. Assim, a assistente de palco virou “paquita”, com o uniforme idealizado por Xuxa, em parceria com a mãe.
A apresentadora se inspirou na própria infância, em que desfilava fazendo baliza na época de colégio. Desta forma, criou o figurino estilo “soldadinho”. Xuxa e as paquitas, assim, brilharam por anos.
A criação da paquita, por sinal, logo virou um sucesso. As assistentes ganharam número e importância ao lado da apresentadora. Esse grupo fez parte do imaginário de milhões de brasileiros entre os anos 1980 e 2000, seja auxiliando a Rainha dos Baixinhos ou cantando como grupo. Em 1986, as paquitas “desembarcaram” com Xuxa na Globo, dando início ao “Xou da Xuxa”, sucesso da TV Globo anos 80.
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Andréa Sorvetão e Xuxa se distanciaram – Foto: Reprodução Instagram
Além das assistentes, outra figura marcante na trajetória de Xuxa na Globo é Marlene Mattos. Ela trabalhou com a apresentadora por anos, como diretora do programa. Marlene se tornou uma personagem controversa – respeitada pelo sucesso da trajetória artística da atração, mas questionada e acusada por polêmicas com a estrela e também com as paquitas.
A relação das Paquitas com Xuxa e Marlene Mattos
A rotina das paquitas, além das gravações dos programas de TV, também incluía ensaios, gravação de músicas e viagens. Isso tudo conciliando com os estudos, porque eram meninas em idade escolar. O dia a dia, assim, era desgastante.
O ambiente teve episódios de rivalidade entre as próprias paquitas. Roberta Cipriani, por exemplo, teve desentendimento com Letícia Spiller. Houve discussão e Roberta chegou a morder um dedo de Letícia.
Xuxa, assim, lidava com pré-adolescentes e adolescentes, além das ordens de Marlene Mattos e um ambiente, muitas das vezes, problemático. Em 2022, a apresentadora relembrou a relação com as paquitas e afirmou que já havia cortado relação com algumas delas.
– Para mim, todas (as paquitas) são ótimas, maravilhosas. Agora, tem algumas que eu não quero mais para a minha vida, nunca mais perto de mim. São seres humanos para mim que são falhos. Quem sabe um dia elas possam dizer para mim assim: ‘Me arrependo, eu errei.’ E pode ser que eu venha conversar – declarou, ao podcast “Papagaio Falante”.
O vínculo estremecido de Xuxa com Andréa Sorvetão, ex-paquita, é conhecido. A apresentadora cortou relação com Andréa de vez em 2021. Ao lado do marido, Conrado, Sorvetão gravou um vídeo pedindo patrocínio por ser “um casal hétero, cristão e tradicional” e revelou ter porte de arma.
No documentário sobre as paquitas, 27 das 29 assistentes fazem parte e dão depoimentos na série. Vanessa Melo e Diane Dantas não quiseram participar. Marlene Mattos se recusou a dar entrevista. Ela é parte importante deste documentário.
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Relação entre Xuxa e Marlene Mattos tiveram momentos tensos – Foto: Divulgacão/Observatório dos Famosos/ND
As paquitas acusam Marlene de episódios de humilhações e abuso moral. A primeira geração, por exemplo, afirmou que a diretora obrigava as meninas a ficarem nuas.
– Eu fui a única que não tirei a roupa, porque ela me disse: ‘Você não precisa.’ Mas eu via as minhas amigas. Não é menos constrangedor – afirmou Juliana Baroni, ex-paquita.
Priscila Couto, também ex-paquita, afirmou que foi suspensa por Marlene Mattos por “estar acima do peso”. Já Xuxa revelou um episódio tenso com a então diretora. Ela afirmou que Mattos a chamou de “put*”
– Eu levantei ela, rasguei a camiseta que ela tava e bati com a mão na parede. E disse: ‘Na próxima vez vai ser na sua cara’. – relembrou no documentário.
Ao jornal “Extra”, Marlene declarou que pretendia ver o documentário e não comentou as acusações das paquitas: “Não vi, portanto, não falo do que não vi”, afirmou.
O Documentário das Paquitas: uma revisita à fama e aos bastidores
As ex-paquitas Ana Paula Guimarães e Tatiana Maranhão idealizaram a série documental. A ideia era revisitar a história das paquitas e contar bastidores, alegrias, dificuldades e problemas na trajetória vivida.
Em 2023, “Xuxa, o Documentário”, série documental, abordou a carreira da apresentadora, além de bastidores da vida pessoal. Marlene Mattos participou desse documentário.
Agora, “Pra Sempre Paquitas” é uma possibilidade de mergulhar ainda mais nos bastidores de uma história recheada de sucesso, mas também de polêmicas entre Marlene Mattos e as paquitas e acusações.
As principais Paquitas: quem fez mais sucesso?
Nomes icônicos e sucesso pós-Paquitas
Xuxa ajudou a revelar muitos talentos. Letícia Spiller, Bianca Rinaldi, Bárbara Borges, Lana Rhodes, Monique Alfradique se tornaram atrizes, por exemplo. Elas estão entre as paquitas famosas.
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Letícia Spiller é um dos principais nomes da TV – Foto: Reprodução Instagram
Onde estão as Paquitas hoje?
O meio artístico continua a casa de muitas ex-assistentes de Xuxa. Tatiana Maranhã é assessora de Xuxa, enquanto Ana Paula Guimarães é diretora audiovisual. Andréa Sorvetão fez carreira na TV e é influenciadora.
O grupo também conta com jornalista (Vanessa Melo), advogada tributária e empresária (Diane Dantas), diretora internacional de vendas (Luise Wischermann), psicóloga (Heloisa Morgado) e publicitária (Ana Paula Almeida).
Paquitas que posaram nuas: quem rompeu com a imagem de “boazinhas”?
A figura de fama das paquitas atraíam as atenções do público infantil, em um imaginário de “boazinhas”. Entretanto, também despertavam “paixões” de outro público. Seis ex-paquitas, assim, posaram nuas.
A primeira foi justamente Andréa Veiga, a 1ª paquita. Ela posou nua para a “Playboy” aos 18 anos, logo após deixar o “Xou da Xuxa”. Andréa, inclusive, fez outro ensaio posteriormente, em edição especial.
Em 1995, Andréa Sorvetão estampou a capa da “Playboy”. Sete anos depois, fez ensaio para a revista “Sexy”. Já Bianca Rinaldi apareceu nua, em 2000, na “SexAway”. Em 2002, Catia Paganote foi a estrela de uma edição da “Sexy”. Dois anos depois, Daiane Amêndola saiu na “Sexy.”
Bárbara Borges é mais uma ex-paquita com dois ensaios para a “Playboy”, o primeiro em 2005 e o segundo em 2009.
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Bárbara Borges é uma representante das paquitas – Foto: Reprodução Instagram
Polêmicas e controvérsias envolvendo as Paquitas
O controle de Marlene Mattos
O documentário das paquitas revive polêmicas entre Mattos e as paquitas e o episódio de demissão em massa. O grupo teve a ideia de fazer uma peça e apresentar o projeto para Xuxa e Marlene. Entretanto, João Henrique Schiller, então editor do programa, ouviu os relatos das meninas e decidiu fazer um livro.
A informação de que um livro seria lançado e que abordaria episódios de assédios morais chegou a Marlene. Ela, então, decidiu demitir todo o grupo. Foi um trauma para elas.
Outro ponto controverso da trajetória dos grupos é o “padrão” imposto por Marlene Mattos: meninas louras, altas e com perfil semelhante ao de Xuxa. Assim, meninas negras não tinham a devida representatividade.
Adriana Bombom, em meados da década de 1990, pôde quebrar um pouco desse paradigma ao ser contratada como assistente de palco no “Xuxa Hits”. Ela ficou até o fim do programa “Planeta Xuxa”, em 2002. Assim, conviveu com as três gerações de assistentes.
Pressão da mídia e dos fãs
Virar uma paquita foi o sonho de muitas crianças brasileiras – havia até concurso para paquitas nos anos 90. Alcançar o posto era uma realização que garantia visibilidade, fama e prestígio, mas também muita pressão e cobranças.
Andréa Veiga “abriu” a fila e depois ganhou a companhia de Heloisa Morgado. O grupo cresceu na Globo, com Ana Paula Guimarães, Andréa Sorvetão e Luise Wischermann. A primeira geração de paquitas também contou com Roberta Cipriani, Ana Paula Almeida, Priscilla Couto, Tatiana Maranhão, Letícia Spiller e Catia Paganote.
Havia rotatividade, com as assistentes deixando o grupo para tocar outros projetos e também substituídas. Juliana Baroni, Bianca Rinaldi e Flávia Fernandes entraram no time em 1990.
A saída em massa em 1995 fez com que um novo grupo se formasse, com Andrezza Cruz, Bárbara Borges, Caren Lima, Diane Dantas, Gisele Delaia, Graziella Schmitt e Vanessa Melo, a segunda geração. Essa formação atingiu a maioridade e abriu espaço para a geração de 2000, com Daiane Amêndola, Gabriella Ferreira, Joana Mineiro, Lana Rhodes, Letícia Barros, Monique Alfradique, Stephanie Lourenço e Thalita Ribeiro.
As 29 paquitas conviveram com as “delícias e as dores” do posto. Roberta Cipriani, por exemplo, relatou que chorava muitas vezes.
– Meu pai largou tudo. E vocês sabem como é pai, né? Os pais sofrem pelos filhos. E eu sabia que meus pais não podiam se meter, porque a Marlene não deixava. Então, eu evitava falar muitas coisas para eles. Era bronca na frente de todo mundo – declarou no documentário.
Curiosidades sobre as Paquitas: fatos inéditos do documentário
O documentário mergulha sobre a trajetória das assistentes de palco, desde o surgimento da figura, a origem do nome e também a confecção do uniforme. Imagens raras, de bastidores, também dão um toque especial ao projeto.
A série documental também apresenta entrevistas com paquitas de outros países e não se furta de abordar momentos delicados, como brigas, rixas e até mesmo acusações de abuso moral.
O Legado das Paquitas na cultura pop brasileira
As assistentes de Xuxa também se tornaram ícones de muitas gerações e fizeram parte da cultura pop anos 90. As crianças se espelhavam e gostariam de seguir os passos de uma paquita. A influência se nota até hoje, como em fantasias de Carnaval e festas.
O grupo também significou a porta de entrada de muitos talentos no meio artístico. O “DNA”, assim, é muito representado por quem continua em evidência como atriz ou no mundo audiovisual.
Paquitas New Generation
A terceira geração, de 1995 a 2002, também é conhecida como Paquitas New Generation. As atrizes Bárbara Borges e Graziella Schmitt fizeram parte “deste time”. Entretanto, a trajetória das paquitas na TV terminou em 2002, com o rompimento da parceria entre Xuxa e Marlene.
Dois anos depois, Catia Paganote, Priscilla Couto, Roberta Cipriani e Ana Paula Almeida criaram o projeto Paquitas: Reencontro. Elas realizaram shows juntas. Depois, mudaram o nome do grupo, em tentativa de se desvencilhar do histórico de assistentes da Xuxa.