O presidente Lula (PT) disse nesta quarta-feira (5) que a proposta do presidente estadunidense, Donald Trump, de assumir o controle da Faixa de Gaza é “praticamente incompreensível”.
“Os EUA participaram do incentivo a tudo que Israel fez na Faixa de Gaza. Então, não faz sentido se reunir com o presidente de Israel e dizer: ‘nós vamos ocupar Gaza, vamos recuperar Gaza, vamos morar em Gaza.’ E os palestinos vão para onde, onde vão viver? Qual o país dele?”, questionou Lula em entrevista a rádios de Minas Gerais.
Lula classificou a guerra em Gaza como um “genocídio” e defendeu a necessidade de reparação e reconstrução para os palestinos.
“O que aconteceu em Gaza foi um genocídio, e eu sinceramente não sei se os Estados Unidos, que fazem parte de tudo isso, seriam o país para tentar cuidar de Gaza. Quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos. O que eles precisam é ter uma reparação de tudo aquilo que foi destruído, para quem possam reconstruir suas casas, hospitais, escolas, e viver dignamente com respeito”, afirmou.
O presidente brasileiro ainda defendeu a consolidação de um Estado palestino e de Israel.
“É por isso que nós defendemos a criação do Estado Palestino, igual o Estado de Israel, e estabelecer uma política de convivência harmônica, porque é disso que o mundo precisa. O mundo não precisa de arrogância, de frases de efeito. O mundo precisa de paz e tranquilidade”, continuou.
Entenda
Nesta terça (4), Trump concedeu uma entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. O americano anunciou um plano controverso para a Faixa de Gaza, sugerindo que os EUA assumam o controle do território destruído pela guerra e removam toda a população palestina do local.
“A América tomará conta da Faixa de Gaza. Possuiremos e reconstruiremos a região, eliminando os destroços e transformando-a em um lugar seguro e próspero”, afirmou Trump em coletiva na Casa Branca ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Em resposta a Trump, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, deu uma dura declaração afirmando que o “projeto” equivaleria a uma “limpeza étnica” e colocaria em risco de “tornar impossível um Estado palestino para sempre”.