Nas redes sociais, circula um vídeo de um peixe-remo, popularmente chamado de “peixe do juizo final”, identificando o litoral do Espírito Santos como local da aparição do animal. Porém, de acordo com o portal G1, o cenário não pertence ao estado capixaba.
Em entrevista ao site, o biólogo Guilherme Dias dos Passos confirmou que o animal flagrado no vídeo é mesmo um exemplar do Regalecus glesne, nome científico do “peixe do juízo final”. Porém, a localidade não tem as características do litoral do Espírito Santo.
A confusão foi provocada pelo fato de haver uma ilha chamada Espiritu Santo, no Golfo da Califórnia, que tem as características ambientais similares às exibidas nas imagens. Assim, pessoas teriam relacionado equivocadamente os nomes. O vídeo foi publicado por uma mulher, que marcou em seu perfil a localização justamente como “isla Espiritu Santo”. Essa espécie rara vive em águas profundas, a cerca de mil metros de profundidade, na zona mesopelágica, onde a luz solar não alcança.Com sua aparência peculiar, o peixe-remo pode alcançar 6 metros de comprimento. É um dos seres mais raros e misteriosos dos oceanos.A mitologia japonesa associa as aparições de peixe-remo em águas rasas a terremotos e tsunamis.A crença de que o peixe-remo surge antes de desastres ganhou destaque em 2011, quando 20 exemplares apareceram na costa do Japão pouco antes do terremoto mais forte registrado no país.Algumas teorias sugerem que o movimento tectônico antes dos terremotos pode causar a morte dos peixes, fazendo com que sejam levados para as praias. Mesmo com os fortes indícios, um estudo feito em 2019 não encontrou evidências de correlação entre esses avistamentos e terremotos no Japão.Em agosto de 2024, um peixe-remo de 3,6 metros foi avistado por caiaqueiros e mergulhadores em La Jolla Cove, próximo à praia de San Diego. O peixe foi encontrado em boas condições e levado para análise, com o objetivo de integrar a Coleção de Vertebrados Marinhos da Scripps, uma das maiores do mundo. Em setembro, outro peixe-remo foi encontrado em Huntington Beach, mas estava em estado avançado de decomposição.Dessa vez, um exemplar de 2,7 metros surgiu no dia 6/11, em Grandview Beach, uma praia de Encinitas, que fica a cerca de 160 quilômetros de Los Angeles.Segundo Ben Frable, pesquisador da Scripps Institution, esses avistamentos podem estar relacionados a mudanças nas condições oceânicas e a um possível aumento na população desses peixes misteriosos.Com um corpo alongado e achatado lateralmente, a aparência do peixe-remo é frequentemente associada a uma fita ou uma lâmina.A coloração do peixe-remo pode variar entre o prateado e o dourado, com um brilho metálico que reflete a luz de maneira impressionante nas profundezas.O peixe-remo habita várias partes do mundo, especialmente nas regiões tropicais e temperadas, mas sua presença em áreas costeiras é muito rara.Ainda há muito a ser descoberto sobre a alimentação e reprodução do peixe-remo. Acredita-se que ele se alimente de pequenos organismos planctônicos.O corpo do peixe-remo é adaptado para viver em grandes profundidades. Sua bexiga natatória é reduzida, o que o ajuda a manter a flutuabilidade em diferentes níveis. Além disso, sua musculatura é pouco desenvolvida, o que indica que ele não é um nadador ativo e se movimenta principalmente por meio de movimentos ondulatórios do corpo.Embora seja conhecido há séculos, pouco se sabe sobre os hábitos reprodutivos dessa espécie, já que as observações em seu habitat natural são extremamente raras.