Hamas liberta mais 3 reféns em acordo de cessar-fogo com Israel


Em troca, Israel libertará 183 prisioneiros palestinos, alguns condenados por envolvimento em ataques que mataram dezenas de pessoas. Reféns israelenses Eli Sharabi, Ohad Ben Ami e Or Levy, da esquerda para a direita, respectivamente, foram soltos pelo Hamas em 8 de fevereiro de 2025.
Movimento ‘Bring Them Home Now’ via Reuters
O grupo terrorista Hamas está libertando, na manhã deste sábado (8), mais três reféns israelenses em uma nova etapa do acordo de cessar-fogo com Israel, informou a agência de notícias Reuters. Esta é a última etapa da primeira fase do acordo, e uma nova está sendo negociada.
Foram libertados neste sábado pelo grupo terrorista Ohad Ben Ami e Eli Sharabi, ambos feitos reféns durante o ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, e Or Levy, sequestrado naquele dia em um festival de música.
Em troca, Israel libertará 183 prisioneiros palestinos, alguns condenados por envolvimento em ataques que mataram dezenas de pessoas, incluindo 18 que cumprem sentenças de prisão perpétua e 111 detidos em Gaza durante a guerra.
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A divulgação dos nomes dos que seriam soltos ocorreu após o prazo estabelecido no acordo, segundo a imprensa israelense. Desde o início da trégua, o Hamas tem comunicado previamente para Israel os nomes dos reféns que a serem libertados.
A nova rodada de libertação de reféns também sofreu um período de indefinição nesta sexta-feira (7) após as falas do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre tomar o controle de Gaza, o que levou a temores de que a troca de reféns por prisioneiros palestinos pudesse ser afetada.
As declarações de Trump sobre Gaza nesta semana aumentaram as tensões sobre o acordo de cessar-fogo na guerra, considerado frágil. Trump falou que os EUA “assumiriam” Gaza no pós-guerra e os palestinos seriam removidos do território, o que gerou forte crítica internacional.
O próprio Hamas também repudiou a fala de Trump, qualificando-a como “racista” e pediu para que as facções palestinas se unam contra os EUA. A reação do grupo terrorista, que disse ainda que “nenhum palestino deixará Gaza”, causou temores de que o cessar-fogo no território se tornasse ainda mais frágil.
Refém israelense Arbel Yehud, de 29 anos, sendo conduzida por membros do grupo terrorista Hamas em meio a multidão durante libertação em 30 de janeiro de 2025.
REUTERS/Ramadan Abed TPX IMAGES OF THE DAY
Um porta-voz do Fórum das Famílias de Reféns, a principal associação de parentes, também relatou à AFP o atraso no recebimento dos nomes, o que gerou cobranças ao governo israelense para pressionar o grupo terrorista.
O acordo de cessar-fogo que entrou em vigor em 19 de janeiro previa a libertação de “vários reféns” neste sábado, segundo agências de notícias.
Segunda fase
Libertação de reféns do Hamas ocorreu em meio a multidão no sul da Faixa de Gaza
As negociações indiretas entre Hamas e Israel sobre a segunda fase do acordo começaram na terça-feira (4) no Catar, um dos três mediadores do processo, ao lado de Estados Unidos e Egito, segundo um porta-voz do movimento palestino. A nova etapa deve resultar na libertação de todos os reféns e no fim definitivo da guerra em Gaza.
Durante a visita a Washington do premiê israelense a Washington, Donald Trump anunciou a proposta surpreendente de assumir o controle do território palestino e transferir a população de Gaza para países vizinhos, com o objetivo de possibilitar a reconstrução.
“A Faixa de Gaza será entregue aos Estados Unidos por Israel ao final da luta”, afirmou Trump. Ele acrescentou que os palestinos serão “realocados em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas, na região”, como no Egito ou Jordânia, escreveu em sua rede Truth Social.
Os dois países, no entanto, rejeitaram com veemência a proposta.
Apesar de vago, o plano de Trump deixa em perigo a ideia de uma solução de dois Estados para solucionar o conflito palestino-israelense de décadas. A opção é defendida por grande parte da comunidade internacional, mas Israel se opõe.
Desde seu retorno à Casa Branca em 20 de janeiro, o republicano multiplicou os gestos de apoio a Israel. O mais recente aconteceu na quinta-feira, quando assinou uma ordem executiva que prevê sanções contra o Tribunal Penal Internacional (TPI) por empreender “ações ilegais” contra os Estados Unidos e Israel.
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