Verão caro: veja dicas de como economizar no calor extremo; ar-condicionado é principal vilão, diz especialista


Cidade de Quaraí (RS) chegou a registrar 43,8ºC durante a semana. Confira estratégias e mudanças de hábitos para diminuir a conta de luz. Gasto com energia leva moradores do RS a buscar alternativas
💰 Com as temperaturas no alto, o consumo de energia também está batendo recordes, e quem abre a conta de luz já sente a diferença. Com ventiladores, ar-condicionados e geladeiras trabalhando sem parar, o consumo de energia disparou no Sul do Brasil. Mas será que dá para aliviar o gasto sem sofrer com o calor? Especialistas garantem que sim – e algumas mudanças simples podem fazer toda a diferença.
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Na última quarta-feira (5), os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná registraram uma demanda média de 18.413 megawatts, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico. Isso significa um aumento de 18% em relação à média de fevereiro do ano passado.
No Rio Grande do Sul, a cidade de Quaraí, na Fronteira Oeste, chegou a registrar 43,8ºC na terça-feira (4). De acordo com a Climatempo, essa é a maior temperatura registrada no estado desde pelo menos 1910, quando começaram as medições regulares do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no estado.
Nesta semana, o município liderou o ranking de maiores temperaturas no país por seis dias seguidos, de acordo com a medição do Inmet. Entenda abaixo a onda de calor.
Ar-condicionado
Reprodução/ RBS TV
Grandes vilões
De acordo com o engenheiro eletricista Alexandre Hugo da Silveira, os equipamentos de refrigeração e climatização são os maiores responsáveis pelo aumento na conta de luz. O chuveiro elétrico também entra na lista, apesar de ser menos usado na potência máxima durante o verão.
Para evitar sustos no fim do mês, o profissional dá algumas dicas:
Ar-condicionado: antes de ligar, feche portas e janelas. E nada de deixar a temperatura abaixo dos 22°C, porque isso faz o consumo disparar;
Geladeira: abra o mínimo possível e conserve líquidos em garrafas térmicas para evitar abrir toda hora;
Lâmpadas: prefira as de LED, que duram mais e gastam até 90% menos;
Eletrodomésticos: tire da tomada aparelhos como ferro de passar, micro-ondas e TV quando não estiverem em uso. O modo stand-by consome energia sem que a gente perceba;
Manutenção: limpe os filtros do ar-condicionado regularmente e confira se a borracha da geladeira está vedando bem.
Estratégias para evitar a conta alta
Costureira Marlene Lopes
Reprodução/ RBS TV
Mesmo seguindo essas dicas, tem gente que ainda sente no bolso o impacto do calorão. A costureira Marlene Lopes é um exemplo. Ela sempre foi econômica, mas sua conta já passa dos R$ 180.
“Tudo o que a gente tem foi batalhado, então sempre na economia. Não fico sem, mas aprendi a economizar”, diz Marlene.
Além de cuidar do uso dos eletrodomésticos, Marlene aposta em truques para manter a casa mais fresca sem precisar tanto do ar-condicionado. No quarto, por exemplo, tem paredes de azulejo, que ajudam a não reter calor. E na decoração, escolhe cores claras.
“Espelhos, colocá-los em um lugar que reflita a luz natural do dia. E o branco, que ele dá o reflexo de claridade”, comenta a costureira.
Casa com azulejos da costureira Marlene Lopes
Reprodução/ RBS TV
Mudança de hábitos
Com o aumento da conta de luz, muitas famílias têm buscado alternativas para se refrescar sem gastar tanto. A técnica de enfermagem Jennifer Michelle Ribas Neves conta que, nos últimos tempos, sair para passear à noite virou uma opção mais barata do que ficar em casa com o ar-condicionado ligado.
“(A conta) já estava alta e só aumentou agora com o ar-condicionado, muito mais banho, água para gelar, gelinho tem que estar sempre em dia, então subiu bastante, a gente notou a diferença”, relata Jennifer.
Ar-condicionado
Reprodução/ RBS TV
Na casa do servidor público Wagner Finger, o consumo de energia dobrou. Mas, para ele, não tem outro jeito: o ventilador precisa ficar ligado para que o fiel companheiro canino não sofra com o calor.
“É para o conforto dele, então faz parte”, explica.
Para a costureira Marlene, pequenas mudanças de hábito fazem diferença – não só para o bolso, mas também para o consumo consciente de energia.
“Assim como eu tô aprendendo e aprendi, outras pessoas têm que aprender, porque vai fazer bem não só pra ela, vai fazer bem para os outros e no geral todo”, diz.
Onda de calor
Pôr do sol no fim da tarde, em Porto Alegre (RS), na tarde desta quarta-feira (11), com muito calor, devido às queimadas no sudeste e na região Amazônica.
EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO
A onda de calor é provocada por uma massa de ar quente sobre a Argentina, que intensifica o aquecimento no estado. Segundo a Climatempo, a previsão é de pelo menos cinco dias com temperaturas 5°C acima da média, o que representa riscos à saúde e à integridade física da população.
O alerta emitido pelo Inmet tem grau máximo e vale por cinco dias, de quarta-feira (5) até segunda-feira (10).
A onda de calor afeta principalmente as regiões Central, Oeste, Norte e Metropolitana do estado. Apenas parte do Litoral Sul, da Serra e do Nordeste do RS estão fora da área de alerta de grande perigo.
Essa já é a segunda onda de calor de 2025. A primeira ocorreu entre os dias 15 e 19 de janeiro.
🔥 A onda de calor é um fenômeno meteorológico que acontece quando uma determinada região registra temperaturas muito acima da média por uma sequência de dias.
No geral, os meteorologistas estabelecem que, para o fenômeno se configurar, as temperaturas precisam ficar ao menos 5ºC acima da média por um período de cinco dias ou mais.
Já o Inmet define uma onda de calor quando há um aumento de 5ºC na temperatura em relação à média mensal, independentemente da quantidade de dias de duração.
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