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Busto de bronze do ex-deputado morto na ditadura militar ‘se valorizou’ com o sucesso do filme de Walter Salles, que concorre em 3 categorias do Oscar. Metrô da Pavuna vira ponto de selfies
A estação de metrô Engenheiro Rubens Paiva, localizada na Pavuna, Zona Norte do Rio, virou point depois do sucesso do filme “Ainda Estou Aqui”, que já arrebatou vários prêmios e concorre ao Oscar em três categorias. A equipe do RJ2 esteve no local nesta segunda-feira (10) (veja no vídeo acima).
Cerca de 7 mil passageiros circulam diariamente pelo local, mas muita gente só se deu conta da importância do nome que batizou a estação depois do sucesso do longa-metragem.
O busto de bronze do ex-deputado morto na ditadura militar está ali há 10 anos, mas agora atrai bem mais pessoas para tirar uma selfie e ler mais sobre ele.
O filme, dirigido por Walter Salles, conta a história da família de Rubens Paiva, que foi levado de casa por militares e depois assassinado. O corpo nunca foi encontrado.
A história joga luz sobre um dos períodos mais sombrios do Brasil: os anos de chumbo da ditadura.
Engenheiro ergueu conjunto habitacional
Texto em placa explica quem foi Rubens Paiva
Junior Alves/TV Globo
Busto de Rubens Paiva no metrô do Rio
Junior Alves/TV Globo
Um dos maiores bairros da cidade guarda um pedaço da história de Rubens Paiva. A estação engenheiro Rubens Paiva foi inaugurada em 1998, como parte da expansão da Linha 2 – o busto foi instalado em 2015.
A placa diz que o “cidadão Rubens Paiva era um apaixonado pela sua profissão e pelo Brasil” e lembra que o conjunto de casas erguido por ele ali perto “é referência nacional de projetos de engenharia de excelência no campo da habitação popular”. O conjunto habitacional até hoje é a moradia de centenas de pessoas.
Em 1962, como deputado, ele projetou e conseguiu recursos para a construção, mas o conjunto só ganhou o nome Rubens Paiva cerca de 20 anos após o fim da ditadura.
“Ele fez e desenhou o projeto que seria mais barato para as pessoas morarem. As obras foram interrompidas depois do golpe militar. A ditadura assumiu as obras, terminou e colocou como se eles as tivessem feito, para apagar o nome do deputado. Depois, na redemocratização, teve resgate de muita coisa das pessoas que ajudaram a construir o país, mas que a ditadura apagou”, explica o historiador Paulo Jorge, que é morador da região.
Jorge Ney, morador do Catete, fez questão de tirar uma selfie com o busto de Rubens Paiva. Ele por 20 estações até chegar na estação e, segundo Jorge, uma prova de amor a história do Brasil.
“Obras como essa, desse homem, tem que estar sempre sendo colocada pra tudo. Vim nessa curiosidade de conhecer, ver esse busto, ver esse local. Este que até para ficar para os nossos jovens, a história desse guerreiro que na ditadura sofreu essa situação horrível que não gosto nem de falar. Para que esse grande engenheiro leve essa história pra muitos lugares no mundo. É uma história que me emociona muito”, conta Jorge.
Selfie com o busto de Rubens Paiva no metrô da Pavuna
Junior Alves/TV Globo