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Segundo o levantamento, os belenenses têm percentuais de acesso numericamente acima da média nacional em nove das 14 atividades culturais pesquisadas. Belém do Pará
Setur/Gov Pa
A população de Belém está entre as que mais consomem cultura no Brasil, o levantamento é de uma pesquisa inédita da JLeiva Cultura & Esporte, divulgada nesta terça-feira (11).
Segundo o levantamento, os belenenses têm percentuais de acesso numericamente acima da média nacional em nove das 14 atividades culturais pesquisadas.
Entre elas, MPB e gospel são os estilos musicais preferidos pelos moradores da capital, e o Círio de Nazaré é considerado o evento cultural mais importante da cidade.
A pesquisa já havia sido feita em 2017 e abordou 12 das 14 atividades analisadas em 2024, com a diferença de que não incluiu perguntas sobre visitas a locais históricos e feiras literárias. Em comparação com 2017, Belém, assim como outras capitais, observou uma queda no acesso à maioria das atividades culturais.
Acesso e exclusão
De acordo com os dados, o percentual de pessoas que acessam atividades culturais em Belém se iguala ou supera a média registrada nas 27 capitais em 10 das 14 atividades pesquisadas.
A cidade das mangueiras, fica abaixo da média apenas em jogos eletrônicos (44%, contra 51% do total), shows de música (37%, contra 41%), teatro (21%, contra 25%) e, em menor proporção, cinema (47% e 48%, diferença dentro da margem de erro).
Entretanto, os moradores de Belém estão entre os que mais vão a feiras de livros (35%, ante 21% da média das capitais), apresentações de dança (30% e 24%) e museus (35% e 27%).
Do outro lado, referente à exclusão cultural, onde se considera as pessoas que nunca participaram das atividades pesquisadas, os resultados são semelhantes.
Em 11 das atividades, o percentual é inferior à média das capitais, sendo as principais exceções o circo (39% dos moradores de Belém nunca foram, contra 29% da média geral) e o teatro (43% nunca foram, contra 38% do total)
As maiores reduções ocorreram em festas populares (diminuição de 11 pontos percentuais), apresentações de dança (queda de 11 pontos) e shows (redução de 8 pontos). Por outro lado, houve um aumento, ainda que dentro da margem de erro, no acesso à leitura de livros e a museus.
Atividades culturais mais frequentadas
As atividades culturais mais frequentadas pelos Belenenses em ordem decrescente, são:
leitura de livros (65%);
visitas a locais históricos (50%);
ida ao cinema (47%);
jogos eletrônicos (44%);
festas populares (40%);
shows musicais (37%);
visitas a museus (35%);
feiras do livro (35%);
espetáculos de dança (30%);
bibliotecas (28%);
teatro (21%);
circos (14%);
saraus (14%);
concertos de música clássica (10%).
Público potencial e interesse
O levantamento também identificou o público potencial, ou seja, aquelas pessoas que não participaram de determinada atividade nos 12 meses anteriores, mas demonstraram interesse em participar. São elas, cinco atividades:
Shows musicais;
festas populares;
museus, teatro e dança.
Os resultados mostram que, em algumas das atividades analisadas, se o público potencial realmente participasse, o acesso seria praticamente dobrado. Por exemplo, 30% dos entrevistados participaram de alguma atividade de dança, enquanto 27% não foram, mas expressaram grande desejo de participar. No caso do teatro, o acesso foi de 21%, e 35% não participaram, mas mostraram alto interesse em ir.
Música e audiovisual
Os moradores têm preferência por MPB (28%) e gospel (27%). A maioria consome música pelo celular (86%), utilizando plataformas como YouTube (67%), Spotify (39%) e TikTok (32%). No campo audiovisual, 47% dos entrevistados foram ao cinema no último ano, e em casa, a TV (82%) e o celular (64%) são os principais meios para assistir a filmes e séries. TV aberta (45%), serviços de streaming (43%) e e TV por assinatura (40%) são as fontes mais utilizadas.
Teatro
Entre os entrevistado que disseram ter ido ao teatro no último ano (21%), 63% viram um espetáculo de teatro para adultos e 55%, um musical. Metade do público costuma ir ao teatro em família com crianças (50%), seguida por quem vai em casal (19%) ou com amigos (16%). Entre os que não foram ao teatro, os motivos mais citados foram falta de tempo (35%), de interesse (30%) e questões econômicas (23%).
Museus
Emílio Goeldi é o mais citado como último museu visitado, com 45% das respostas. No total, 41 opções diferentes foram mencionadas pelos 35% da população que disseram ter visitado algum museu ou exposição nos 12 meses anteriores. Entre os entrevistados que frequentaram museus, metade (51%) afirmou que a última visita foi paga e 15% dos entrevistados disseram ter acessado o site de um museu para conhecer sua coleção.
Manifestações populares e eventos culturais
As festas juninas lideram em participação entre as festas populares de Belém, com 81% de frequência, seguidas por blocos de Carnaval (52%) e desfiles de Carnaval (31%).
O Círio de Nazaré é considerado o evento cultural mais importante da cidade, segundo os entrevistados. Já sobre a culinária local, os entrevistados destacam a maniçoba e o tacacá como os pratos mais representativos.
Espaços culturais e práticas artísticas
O Theatro da Paz, a Estação das Docas e o Museu Emílio Goeldi são amplamente conhecidos, com mais de 90% de reconhecimento entre os entrevistados. A Estação das Docas é o espaço cultural mais frequentado da capital, entre os dez mencionados aos entrevistados
Em relação à prática de atividades culturais, 40% dos moradores de Belém disseram praticar atividades culturais, como dança, artesanato e música, sendo a saúde mental (39%) a principal motivação. Ainda assim, 20% dos entrevistados nunca praticaram nenhuma das atividades listadas.
Nesta edição da pesquisa foram ouvidas 19.500 pessoas, moradoras de todas as capitais brasileiras – as 26 estaduais, além de Brasília – com idade a partir de 16 anos, de todos os níveis socioeconômicos, entre os dias 19 de fevereiro e 22 de maio de 2024.
As pessoas foram abordadas pessoalmente em pontos de fluxo populacional. Ao todo, os pesquisadores foram distribuídos por 1.930 pontos de fluxo (entre 40 e 300 por capital), em regiões com diferentes características sociais e econômicas.
Os entrevistados respondiam até 61 perguntas, além das relacionadas a características sociais e econômicas (como escolaridade, cor da pele etc.). O instituto responsável pelo estudo é o Datafolha.
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