Na ONU, Irã ameaça uso da força após comentários ‘profundamente alarmantes e irresponsáveis’ de Trump


Em documento, enviado iraniano disse ao Conselho de Segurança que as declarações ‘inflamatórias’ do presidente americano violam o direito internacional e que qualquer ‘ato de agressão terá graves consequências’. Bandeiras dos EUA e de Israel queimadas durante o 46º aniversário da Revolução Islâmica em Teerã
Majid Asgaripour/WANA (West Asia News Agency) via REUTERS
O Irã alertou o Conselho de Segurança da ONU que pode fazer uso da força caso receba qualquer agressão dos Estados Unidos, nesta terça-feira (11).
Em carta enviada às Nações Unidas, o enviado especial do país descreveu declarações dadas pelo presidente americano, Donald Trump, como “imprudentes e inflamatórias” e ameaçou:
“Qualquer ato de agressão terá consequências severas”.
O documento ainda pede que o Conselho de Segurança não fique em silêncio diante dos comentários “profundamente alarmantes e irresponsáveis” de Trump, que, segundo o Irã, violam flagrantemente o direito internacional.
Dizendo que “rejeita e condena firmemente” as ameaças feitas pelo republicano, o governo iraniano afirmou que defenderá “sua soberania, integridade territorial e interesses nacionais contra qualquer ação hostil”.
Ameaça dos Houthis
Uma casa destruída é vista depois que as forças israelenses se retiraram do Corredor Netzarim, permitindo que as pessoas viajassem em ambas as direções entre o sul e o norte de Gaza, em meio a um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, perto da Cidade de Gaza
REUTERS/Dawoud Abu Alkas
Em meio a muitas incertezas sobre a continuidade do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, uma ameaça foi feita pelos Houthis, grupo extremista do Iêmen, nesta terça-feira (11).
O líder do grupo, Abdulmalik al-Houthi, afirmou em um discurso televisionado que está pronto para lançar ataques contra Israel se o país retomar os bombardeios a Gaza e não se comprometer com o acordo.
“Nossas mãos estão no gatilho e estamos prontos para imediatamente intensificar a ofensiva contra o inimigo israelense se ele retornar à escalada na Faixa de Gaza”, disse.
Os Houthis, apoiados pelo Irã, controlam a maior parte do oeste do Iêmen, incluindo a capital. Desde que a guerra entre o governo israelense e o grupo extremista palestino começou, eles atacaram embarcações de Israel e de outros países no Mar Vermelho, perturbando as rotas marítimas globais, alegando que eles eram atos de solidariedade com Gaza.
Ameaças de Trump, acusações de violar acordo e caos na libertação de reféns deixam ‘por um fio’ cessar-fogo em Gaza
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Últimas declarações de Israel e Hamas sobre o acordo
Nesta segunda-feira (10), o porta-voz do braço armado do Hamas informou que o grupo extremista palestino irá atrasar a libertação de reféns planejada para o próximo sábado (15) até novo aviso, através de um comunicado divulgado no Telegram.
“A entrega dos prisioneiros sionistas será adiada até novo aviso, até que a ocupação cumpra e compense os direitos das semanas anteriores retroativamente. Reafirmamos nosso compromisso com os termos do acordo, desde que a ocupação também os cumpra”, afirmou.
Hamas ‘exibe’ reféns em palco antes de devolvê-los
Abu Ubaida, porta-voz das Brigadas al-Qassam, justificou a decisão afirmando que, nas últimas três semanas, Israel cometeu violações e não cumpriu termos do acordo de cessar-fogo, enquanto o Hamas “cumpriu todas as suas obrigações”.
“Desde o atraso no retorno dos deslocados ao norte da Faixa de Gaza, até o alvo de bombardeios e tiros em várias áreas do setor, e a não entrada de materiais de ajuda de todas as formas conforme acordado”, enumerou.
Após a divulgação do comunicado, o ministro da Defesa de Israel afirmou que a paralisação da entrega de reféns é uma violação do cessar-fogo e também fez um anúncio: disse que instruiu os militares a se prepararem para o mais alto nível de prontidão em Gaza e para defender as comunidades.
Escoltado por membros do Hamas, o israelnese Ohad Ben Ami, sequestrado pelo grupo terrorista em 7 de outubro de 2023, acena para uma multidão ao ser libertado na cidade de Deir al-Balah, na Faixa de Gaza, em 8 de fevereiro de 2025.
Jehad Alshrafi/ AP
A última liberação ocorreu na manhã deste sábado (8). Mais três reféns israelenses foram devolvidos pelo grupo após dias de incerteza sobre a continuidade do cessar-fogo entre Israel e Hamas,
A libertação chegou a ficar ameaçada após as falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que os EUA devem tomar o controle da Faixa de Gaza após a guerra.
Foram libertados neste sábado pelo grupo terrorista:
Ohad Ben Ami e Eli Sharabi, ambos feitos reféns durante o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra.
Or Levy, sequestrado no mesmo dia na festa rave que acontecia no sul de Israel no momento do ataque.
Pela primeira vez, o Hamas montou uma espécie de palco para exibir os reféns antes de devolvê-los à Cruz Vermelha — que faz a intermediação da devolução dos dois lados. Os três israelenses libertados aparentavam estar mais magros, vestiam a mesma roupa (um conjunto de moletom marrom) e exibiam uma espécie de certificado.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou a devolução e disse que não iria “ignorar o que foi visto”.
Em troca, Israel libertou 183 prisioneiros palestinos. Entre eles, estão condenados por envolvimento em ataques que mataram dezenas de pessoas, incluindo 18 que cumprem sentenças de prisão perpétua e 111 detidos em Gaza durante a guerra.
Reféns israelenses Eli Sharabi, Ohad Ben Ami e Or Levy, da esquerda para a direita, respectivamente, foram soltos pelo Hamas em 8 de fevereiro de 2025.
Movimento ‘Bring Them Home Now’ via Reuters
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