Representantes da Polícia Científica do Estado de Santa Catarina, regional de Balneário Camboriú, estiveram em reunião com a prefeita Juliana Pavan (PSD) na tarde desta terça-feira (18), solicitando a doação de um terreno para construção da sede própria.
Ministério Público apura condições de IML precário na cidade – Foto: Google Maps/ Reprodução
O encontro ocorre após denúncia feita pelo Ministério Público em 2024, que emitiu uma Notícia de Fato para averiguar as condições sanitárias e estruturais do IML (Instituto Médico Legal) da cidade.
Risco de sair do município
O objetivo da doação do terreno é centralizar os serviços e garantir a permanência da estrutura no município. Atualmente, o órgão mantém três pontos de atendimento na cidade, mas os locais não comportam toda a equipe, o que impacta diretamente nos serviços ofertados.
Por isso, o terreno solicitado para sede própria precisa ter cerca de três mil metros quadrados para sediar todos os serviços, inclusive o IML, e ter fácil acesso à BR-101.
Uma das sugestões apresentadas pelo poder público foi de auxiliar a polícia a encontrar uma nova estrutura adequada, mas, de acordo com a perita-superintendente regional em Balneário Camboriú, Julia Rehn, a orientação dos superiores da PCISC é que a regional viabilize a construção da sede própria.
Prefeitura está em busca de terreno para viabilizar nova sede do órgão – Foto: Prefeitura de Balneário Camboriú/ND
A prefeita solicitou ao procurador-geral do Município, Diego Montibeler, e ao secretário de Planejamento Urbano, Carlos Humberto Silva, que analisem os terrenos disponíveis na cidade e destacou a importância da permanência dos serviços em Balneário Camboriú.
“Não podemos e não iremos perder os serviços da Polícia Científica. Somos uma cidade em constante desenvolvimento e precisamos manter estruturas fundamentais para o município. Vamos analisar todas as opções e realizar uma nova reunião com os peritos”, disse Juliana.
IML precário: entenda denúncia do MPSC
Em maio de 2024, a Promotoria de Justiça fez uma visita técnica ao IML e encontrou 12 cadáveres empilhados em quatro gavetas, além de um feto acondicionado em uma geladeira, por falta de espaço.
Na vistoria foram evidenciados problemas como falta de equipamentos, de espaço e de segurança, o que compromete a qualidade de atendimento do local, que comporta a demanda de 15 municípios. .
“As salas são lado a lado e, à vista disso, a transmissão de bactérias e vírus dos cadáveres aos vivos, sem o fornecimento das devidas condições sanitárias aos presentes, é alta”, apontou a Notícia de Fato.
Na época, o portal ND Mais entrou em contato com a Polícia Científica, que informou que estava finalizando o processo de locação de uma nova unidade destinada à Superintendência de Polícia Científica em Balneário Camboriú.
“Reiteramos nosso compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com a saúde, segurança e bem-estar dos nossos servidores. A busca por instalações adequadas reflete nossa constante preocupação em oferecer estruturas que permitam aprimorar continuamente nossos serviços, tornando-os mais qualificados e acessíveis em todas as regiões do estado”, disse o órgão.
