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Os horários e locais em que será permitida a presença de cachorros em Florianópolis ainda serão definidos e, para que isso realmente aconteça, o projeto enviado pelo Executivo à Câmara de Vereadores s0bre permissão de cães nas praias tem que ser aprovado.
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Projeto sobre a presença de cães nas praias tem que ser aprovado pela Câmara de Vereadores de Florianópolis – Foto: Germano Rorato/ND
Prefeito Topazio traça possibilidades para permissão da presença de cães nas praias
Em seguida, vêm as próximas escolhas. Em mente, por enquanto, o prefeito Topazio Neto (PSD) traçou algumas possibilidades, como permitir os animais com os tutores nos períodos de menor movimento nas praias, como das 6h às 9h e depois das 19h.
Mas esta é uma ideia preliminar, pois o prefeito pretende construir o modelo com os vereadores e a sociedade. Se a lei for aprovada, entretanto, garante que vai aumentar a fiscalização para que as regras sejam cumpridas.
Topazio ressaltou que houve uma mudança de hábitos na sociedade, com os pets passando a serem considerados membros das famílias. Essa alteração viabilizou outras, como a presença de animais em diferentes contextos.
“Os shoppings têm regras e as pessoas podem levar animais. Conseguimos estabelecer regras para animais em restaurantes, o que até pouco tempo atrás parecia inimaginável. Conseguimos conviver no transporte aéreo. Quem imaginava que hoje pudesse andar de avião e a pessoa ao seu lado no banco tivesse nos pés dela uma caixinha com um cachorro dentro?”, frisou Topazio.
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Topazio defende presença de cães nas praias de Florianópolis – Foto: Divulgação/ND
Conforme pesquisa encomendada pelo Grupo ND e publicada na última terça-feira (17), a maioria dos moradores de Florianópolis (52%) é contra a presença de cães nas praias.
E vale ressaltar que 59% dos entrevistados possuem pets, ou seja, não são pessoas apenas interessadas em afastar os bichos, mas sim preocupadas com desdobramentos que podem, inclusive, afetar a saúde dos animais.
Mudança na lei sobre cães nas praias
Topazio comentou, também, a dificuldade do município para fiscalizar nos moldes atuais. “Temos 42 praias, mais de 100 quilômetros de orla. Não conseguimos controlar todas para garantir que essa lei [a atual, proibitiva] seja cumprida. É difícil para o Poder Público exercer o poder de polícia sobre uma questão dessas”, afirmou o prefeito.
Ele lembrou do projeto enviado à Câmara no esforço de discutir soluções. “Eles vão discutir e me ajudar a estabelecer regras. Mandamos o projeto, primeiramente, suspendendo a lei que proíbe, depois vamos estabelecer que continua proibido em locais não definidos e fora dos horários estabelecidos.”
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Executivo quer mudanças na legislação para permitir cães nas praias em Florianópolis – Foto: Flávio Tin/Arquivo/ND
Ele lembrou, também, que os próprios veterinários desaconselham o passeio com os pets em contextos de calor excessivo. “A nossa proposição é uma discussão madura e passaremos a fiscalizar mais efetivamente a partir daí, inclusive com penalidade para quem descumprir”, declarou.
A medida, no entendimento do prefeito, vai facilitar a fiscalização. “Se tiver um espaço na praia onde é permitido em determinado horário, podemos usar câmeras. Talvez ter o apoio dos guarda-vidas, num convênio. Eles também podem alertar a Guarda Municipal, em caso de descumprimento. Associações e a população poderão denunciar. Não tenho ilusão de que seja fácil, mas é uma forma de encaminhar essa fiscalização mais efetiva.”
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Cães nas praias: o tema segue repercutindo na cidade – Foto: Germano Rorato/ND
O decreto também terá critérios. No radar, exigências como vacinação e microchipagem. Cães de médio porte, que podem ser agressivos, deverão usar focinheira, como em qualquer ambiente público. “Vamos aumentar a sinalização, a divulgação e, a partir daí, atender as ocorrências, se tivermos denúncias”, declarou.
De acordo com o prefeito, se a Câmara de Vereadores decidir que a praia não deve ter cães, é uma medida que cabe a eles e não ao prefeito sozinho. “Estou dando a oportunidade para a sociedade discutir, regulamentar e, a partir daí, passar a ter uma convivência mais adequada.”