Defesa de Bolsonaro alega ‘narrativa devassa e fantasiosa’ após denúncia por tentativa de golpe

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou uma nota, na noite dessa terça-feira (18), rebatendo as acusações da PGR (Procuradoria-Geral da República). A defesa de Bolsonaro refutou a denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que apontou o ex-presidente como líder do plano de golpe para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022.

Ex-presidente da República foi acusado de liderar plano de golpe de Estado em 2022

Ex-presidente da República foi acusado de liderar plano de golpe de Estado em 2022 – Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputado/ND

Os advogados do ex-presidente afirmam que não há provas que o conectem à trama golpista e argumentam que, mesmo após a apreensão dos telefones do ex-presidente, não foram encontradas mensagens sobre o plano de golpe.

“A despeito dos quase dois anos de investigações – período em que foi alvo de exaustivas diligências investigatórias, amplamente suportadas por medidas cautelares de cunho invasivo, contemplando, inclusive, a custódia preventiva de apoiadores próximos -, nenhum elemento que conectasse minimamente o presidente à narrativa construída na denúncia, foi encontrado”, diz a manifestação da defesa de Bolsonaro.

Além do ex-presidente, outras 33 pessoas também foram denunciados por cinco crimes:

Mauro Cid, Alexandre Ramagem e Silvinei Vasques também foram denunciados por tentativa de golpe de Estado em 2022

Mauro Cid, Alexandre Ramagem e Silvinei Vasques também foram denunciados por tentativa de golpe de Estado em 2022 – Foto: Montagem/ND

  • Tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito;
  • Golpe de Estado;
  • Organização criminosa armada;
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Caso o STF (Supremo Tribunal Federal) aceite a denúncia, eles se tornarão réus em uma ação penal.

Defesa de Bolsonaro nega envolvimento com plano de golpe de Estado

Os advogados de Bolsonaro afirmam ainda que a denúncia é baseada no acordo de colaboração do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. A delação é classificada pela defesa de Bolsonaro como “fantasiosa” e “inepta”.

“O presidente Jair Bolsonaro confia na Justiça e, portanto, acredita que essa denúncia não prevalecerá por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário”, disse a defesa de Bolsonaro no comunicado.

Defesa de Bolsonaro nega envolvimento com tentativa de golpe e chama denúncia de "fantasiosa"

Defesa de Bolsonaro nega envolvimento com tentativa de golpe e chama denúncia de “fantasiosa” – Foto: R7

Leia a íntegra da nota da defesa de Bolsonaro:

A defesa do Presidente Jair Bolsonaro recebe com estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República, divulgada hoje pela mídia, por uma suposta participação num alegado golpe de Estado.

O Presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam.

A despeito dos quase dois anos de investigações – período em que foi alvo de exaustivas diligências investigatórias, amplamente suportadas por medidas cautelares de cunho invasivo, contemplando, inclusive, a custódia preventiva de apoiadores próximos -, nenhum elemento que conectasse minimamente o Presidente à narrativa construída na denúncia, foi encontrado.

Não há qualquer mensagem do Presidente da República que embase a acusação, apesar de uma verdadeira devassa que foi feita em seus telefones pessoais.

A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade. Não por acaso ele mudou sua versão por inúmeras vezes para construir uma narrativa fantasiosa.

O Presidente Jair Bolsonaro confia na Justiça e, portanto, acredita que essa denúncia não prevalecerá por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário.

*Com informações do Estadão Conteúdo.

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