O Carnaval taí. E as cuícas, pandeiros e surdos de terceira começam a tocar mais alto.
Longe do Sambódromo da
Sapucaí e dos desfiles na TV vive firme e forte outra tradição carnavalesca do Rio de Janeiro. São os Clóvis ou Bate-bolas, que são, basicamente, uma fantasia colorida, uma máscara e uma bola de plástico.As diferenças entre Clóvis e Bate-bola são muito sutis. A principal é que os primeiros usam uma sombrinha, geralmente, com os mesmos desenhos da fantasia.Mas os Clóvis/Bate-bolas vão muito além de uma simples roupa colorida e uma máscara um tanto quanto assustadora. A cultura dos Clóvis/Bate-bolas faz parte da essência do carnaval dos subúrbios do Rio de Janeiro. Tanto é que, em 2012, os Bate-bolas se tornaram Patrimônio Cultural Carioca.De fato, os Clóvis/Bate-bolas são comuns e tradicionais nas zonas norte e oeste da cidade do Rio de Janeiro. Mas eles também estão presentes em muitas cidades da Baixada Fluminense e até no interior do estado do Rio de Janeiro. A origem dos Bate-bolas não é bem definida, até mesmo para historiadores e especialistas na cultura popular e carnavalesca do Rio de Janeiro. Outra história dos Bate-bolas afirma que eles surgiram no Rio de Janeiro sobre a influência da colonização portuguesa e de outras festas, como a Folia de Reis.Assim, não seguindo regras e batendo com força no chão as bolas mostravam que tinham força e poder para juntos incomodar e transformar. Na época, as bolas seriam feitas a partir de bexiga de boi.Hoje em dia, porém, as bolas dos Bate-bolas são feitas de plástico ou material sintético. Assim como no futebol, outra paixão da periferia carioca, a cultura de Bate-bola passa de pai para filho. Hoje em dia, os Bate-bolas se organizam em grandes grupos/turmas, com dezenas ou até centenas de pessoas, que passam o ano inteiro preparando as belas fantasias.A saída dos grupos/turmas é uma festa com queima de fogos de artifício, equipe de som, churrascos ao som de samba e funk.O lado negativo fica por conta do risco de violência, já que a fantasia impede a identificação. Já houve casos de grupos vestidos de bate-bolas se enfrentando com rivais e aterrorizando moradores. Mais um trabalho para a polícia do RJ.