
Durante uma coletiva de imprensa na segunda-feira (3), o diretor brasileiro Walter Salles revelou que perdeu o discurso que havia preparado caso o filme “Ainda Estou Aqui” levasse uma estatueta do Oscar. Ele queria ter dito, em português, a mensagem: “Viva a democracia, ditadura nunca mais”.
Quando a atriz Penélope Cruz anunciou “Ainda Estou Aqui” como vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional, na noite de domingo (2), Walter Salles subiu no palco e colocou óculos de leitura. Após procurar algo no bolso, no entanto, o diretor improvisou o agradecimento.
Com pouco menos de um minuto para falar antes de ser interrompido pela música de fundo, Walter Salles dedicou o prêmio a três mulheres: Eunice Paiva, protagonista da história, e as atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, mãe e filha que interpretaram Eunice nas telas.
Walter Salles revela discurso completo que pretendia fazer no Oscar: ‘Esgoto da história’

O diretor Walter Salles queria terminar o discurso do Oscar com uma frase de efeito em português – Foto: Reprodução/X/ND
“Andando pro palco, eu fui tentar achar as notas que eu tinha escrito para dividir com o público. Eu detesto essa exposição pública e preciso de alguma ajuda. Não encontrei. Eu fui com óculos sem ter o que ler”, contou o diretor, rindo.
Walter Salles compartilhou nas redes sociais o discurso original, que era concluído com a reflexão: “Governos autoritários surgem e desaparecem no esgoto da história, enquanto livros, canções e filmes ficam conosco. Obrigado a todos, em nome do cinema brasileiro e latino-americano!”.
Ele ainda planejava falar em português diante dos artistas presentes na cerimônia do Oscar 2025. “Eu terminava dizendo ‘viva a democracia, ditadura nunca mais’. Essa era a única parte em português, mas era a que precisava ser dita. Fico feliz de poder dizer isso hoje aqui”, revelou, na entrevista coletiva.