
A Justiça de Minas Gerais converteu para preventiva a prisão dos dois suspeitos envolvidos no tiroteio durante o Carnaval de Rio Pomba, na Zona da Mata, na madrugada de terça-feira, cinco de março. O ataque resultou na morte de uma mulher e deixou outras 14 pessoas feridas. A informação foi confirmada ao Portal iG pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Conforme documento assinado pela juíza Luciana Torres, o “modus operandi” do crime “evidencia não apenas um homicídio isolado, mas um verdadeiro atentado contra a coletividade, em local de grande aglomeração, durante festividades carnavalescas, colocando em risco um número indefinido de pessoas”.
A magistrada justificou a necessidade da prisão preventiva para garantir a ordem pública, considerando a extrema gravidade da conduta dos suspeitos.
“O uso de arma de fogo de alto poder destrutivo, com capacidade de disparo em rajada, reforça o elevado grau de periculosidade dos flagranteados, que demonstraram total desprezo pela vida humana e absoluta insensibilidade às consequências de seus atos”, detalhou.
Relembre o caso
O tiroteio aconteceu durante o desfile do tradicional ‘Bloco do Pinico’, que reuniu cerca de vinte mil pessoas na cidade. Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, tudo começou com uma briga entre dois homens, um deles em liberdade provisória. Durante o confronto, um dos envolvidos sacou uma arma e atirou contra o desafeto, mas acabou acertando uma mulher de vinte e cinco anos que estava próxima. A vítima não resistiu aos ferimentos.
Na sequência, o outro homem também sacou uma arma — uma pistola Glock nove milímetros, possivelmente modificada para disparos em rajada — e começou a atirar aleatoriamente contra a multidão, ferindo quatorze pessoas. As vítimas foram encaminhadas para atendimento médico, mas não há informações atualizadas sobre o estado de saúde delas.
A Polícia Militar iniciou um cerco para localizar os suspeitos. Um deles foi abordado em um veículo enquanto chegava a Ubá, enquanto o outro foi localizado nas proximidades de Rio Pomba.
Segundo a PM, um dos presos estava em liberdade provisória e já possuía passagens por tráfico de drogas, tentativa de homicídio e outros crimes. O segundo envolvido também teria um histórico de ações criminosas.
A Polícia Civil de Minas Gerais requisitou perícia no local para coletar vestígios e afirmou que outras informações serão divulgadas após os procedimentos de polícia judiciária.
A prisão atende um pedido do Ministério Público de Minas Gerais.
Íntegra da nota do MPMG:
Nota de esclarecimento O Ministério Público de Minas Gerais esclarece que apura, por meio da Promotoria de Justiça de Rio Pomba e em conjunto com as polícias Militar e Civil, as responsabilidades criminais pelos eventos criminosos ocorridos na noite de segunda- feira, 3 de março, bem como investiga possíveis falhas na segurança do local. Dois suspeitos de participação nos crimes foram presos. O MPMG continuará acompanhando a situação até seu final, garantindo que a população riopombense tenha segurança.