Fungos negros que sobreviveram à explosão de Chernobyl se alimentam da radiação; entenda

No final dos anos 80, cientistas ucranianos descobriram fungos negros, semelhantes ao mofo, que cresciam nos destroços do reator 4 de Chernobyl que havia explodido recentemente. Os organismos encontrados não apenas sobreviviam aos níveis de radiação presentes no prédio, mas também pareciam aumentar de tamanho.

Os fungos negros de Chernobyl crescem se alimentando de elementos radioativos, descobriram pesquisadores - Foto: Wikimedia/Reprodução/ND

Os fungos negros de Chernobyl crescem se alimentando de elementos radioativos, descobriram pesquisadores – Foto: Wikimedia/Reprodução/ND

Fungos negros possuem pigmento que ajuda a aproveitar a radiação

Os pesquisadores perceberam que os fungos negros de Chernobyl pareciam ser radiotróficos, o que significa que procuram ativamente altos níveis de radiação e se alimentam dela, utilizando-a como fonte de energia.

A coloração é devido ao pigmento melanina, o mesmo que escurece a pele humana, ajudando a proteger da radiação ultravioleta.

No caso dos fungos, a melanina funciona como um escudo radioprotetor e um transdutor de energia que pode detectar e aproveitar a radiação. Este processo é semelhante ao que ocorre nas plantas com a fotossíntese, que transforma a energia da luz solar.

Ao todo, já foram registrados cerca de 200 espécies de 98 gêneros de fungos especiais que conseguem suportar o ambiente extremamente radioativo nos destroços da usina nuclear.

Pesquisadores descobriram os fungos negros em Chernobyl no final dos anos 1980 e seguem estudando esses organismos que desafiam a lógica da vida na Terra - Foto: Science Acumen/Reprodução/ND

Pesquisadores descobriram os fungos negros em Chernobyl no final dos anos 1980 e seguem estudando esses organismos que desafiam a lógica da vida na Terra – Foto: Science Acumen/Reprodução/ND

Desastre nuclear de Chernobyl foi o pior da história

A explosão do reator número 4 da Usina Nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em 26 de abril de 1986, é o pior desastre nuclear da história da humanidade.

O incidente deixou uma zona de exclusão de 30 quilômetros, uma paisagem deserta onde altos níveis de radiação permanecem até hoje, décadas após o incidente. A região praticamente não conta com habitantes humanos ou mesmo animais selvagens. A vida presente no local se restringe, praticamente, aos fungos negros.

Desastre de Chernobyl deixou uma zona de exclusão de 30 km e impossibilitou as formas de vidas no local, exceto a dos fungos negros - Foto: Dimitar Dilkoff/AFP/ND

Desastre de Chernobyl deixou uma zona de exclusão de 30 km e impossibilitou as formas de vidas no local, exceto a dos fungos negros – Foto: Dimitar Dilkoff/AFP/ND

*Com informações do portal R7

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