Lipedema: lipoaspiração nas pernas e braços só deve ser feita em casos mais graves, alertam médicos

A doença atinge entre 10% e 18% das mulheres no mundo. No Brasil, são pelo menos 9 milhões de mulheres. Lipedema: lipoaspiração nas pernas e braços só deve ser feita em casos mais graves, alertam médicos
Já ouviu falar em lipedema? Virou tendência a lipoaspiração para retirar esse acúmulo de gordura inflamada nas pernas e braços. Mas os médicos alertam que a cirurgia só deve ser feita em casos mais graves, quando afetam a mobilidade da mulher.
“O lipedema é uma doença crônica de depósito anormal de gorduras, principalmente em membros inferiores, e menos frequentemente nos braços”, afirma Armando Lobato, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Existem cinco tipos de lipedema:
tipo 1 pega quadril, nádegas;
tipo 2 vai quadril, nádegas e coxa – o mais comum;
tipo 3 pega quadril, nádegas, coxa e perna
tipo 4 pode acometer o braço;
tipo 5, que só acomete a batata da perna.
“É uma doença 95% relacionada às mulheres. Acredita-se que esteja relacionada à genética e também a fatores hormonais. Em torno de 60% das mulheres com lipedema têm algum familiar, a mãe, tia, irmã, que também tenha o lipedema. Ele tem três gatilhos: quando a pessoa entra na puberdade, ela tem a primeira menstruação, na gravidez e na menopausa”, diz Armando Lobato, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
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Os primeiros relatos sobre o lipedema são dos anos 1940. Mas, só em 2022 ele ganhou um código no Cadastro Internacional de Doenças. Quando o sofrimento ganha um nome ele pode ser compartilhado, e as redes sociais foram ótimas para isso. Uma infinidade de publicações de “antes e depois” de procedimentos para lipedema – muitos cirúrgicos, como a chamada cirurgia de lipedema, que é a lipoaspiração da gordura. Segundo os especialistas, pode ser indicada, sim, para tratar o lipedema, mas em casos específicos e com muita cautela.
“Eu estou vendo que há uma distorção muito grande. Todo mundo agora é especialista em lipedema e fazendo cirurgia”, diz Luiz Haroldo Pereira, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
“Você só deve fazer esse procedimento se realmente ela estiver atrapalhando, vou dar um exemplo, a sua mobilidade. Quando o tratamento conservador e clínico e dietético não surte efeito”, afirma Armando Lobato.
“Você pode fazer perna e coxa. Mas nunca fazer perna, coxa, braço. Pode pode ter um desgaste no paciente que já tem uma doença inflamatória para você colocar ele mais doente ainda ou até matar o seu paciente”, diz Luiz Haroldo Pereira, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
A gordura volta depois da lipo? Sobre esse aspecto, há discordância entre os especialistas.
“Não acredito. Depois da lipo não volta”, diz Luiz Haroldo Pereira, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
“Ela vai voltar, porque a doença é crônica e contínua. Independente independente se você fizer o seu exercício físico, aquela gordura, pela doença crônica e o depósito anormal dela, ela irá voltar”, afirma Armando Lobato, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
O lipedema atinge entre 10% e 18% das mulheres no mundo. No Brasil, são pelo menos 9 milhões de mulheres. O Ministério da Saúde disse, em nota, que:
“O tratamento do lipedema no SUS está previsto na Política Nacional de Atenção Hospitalar de Média e Alta Complexidade e seu tratamento inclui procedimentos como ultrassonografia vascular, atendimento fisioterapêutico, consulta especializada e dermolipectomia”, que é a cirurgia de retirada de pele e gordura.
Veja a matéria completa no vídeo abaixo:
Lipedema atinge entre 10% e 18% das mulheres no mundo e não tem cura; saiba mais
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