
Relatório do McKinsey Global Institute mostra que trabalhadores serão mais velhos no mundo desenvolvido e responderão por um quarto do consumo global em 2050. Lançado no meio de janeiro, o relatório do McKinsey Global Institute, uma das maiores consultorias do mundo, faz um diagnóstico das consequências da nova realidade demográfica, cujas duas principais características são a queda da taxa de natalidade e o envelhecimento da população.
Casal planeja orçamento: trabalhadores mais velhos responderão por um quarto do consumo global em 2050
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A queda na taxa de natalidade representa um risco de colapso das maiores economias do planeta. Dois terços da humanidade vivem em países onde as mulheres têm, em média, menos de 2.1 filhos – essa é a taxa considerada aceitável para a reposição populacional – e o Brasil está nesse grupo.
Com menos crianças e mais idosos, a ONU estima que, em 2100, a economia de nações desenvolvidas poderá cair entre 20% e 50%. Na atual dinâmica do mercado, as pessoas trabalham menos conforme envelhecem. No entanto, se a situação persistir à medida que a taxa de natalidade cai, a produção de riqueza dos países, medida pelo PIB (Produto Interno Bruto) vai despencar. Para isso não ocorrer, será preciso aumentar a produtividade e incorporar a mão de obra mais velha.
As empresas terão que capacitar e treinar a força de trabalho madura para garantir a produtividade. Será indispensável investir em planejamento de carreira e estimular o aprendizado contínuo. As organizações deverão se tornar criativas para incorporar essa mão de obra, oferecendo horários flexíveis para quem deseja se ocupar apenas durante algumas horas do dia. Entre 19% e 25% dos entrevistados acima dos 65 anos afirmaram que gostariam de ser ativos economicamente, mas não o fazem por falta de oportunidades atraentes ou barreiras etaristas.
Consumidores e trabalhadores serão mais velhos no mundo desenvolvido. Idosos responderão por um quarto do consumo global em 2050, o dobro se comparado com 1997. Nos países ricos, representarão uma fatia crescente da mão de obra, tornando-se essenciais para a prosperidade global.
Por volta de 2050, o percentual de pessoas com 65 anos ou mais em países ricos passará dos atuais 17% para 29% (eram 10% em 1997). As empresas terão que rever suas estratégias e se adaptar ao novo perfil se quiserem se manter relevantes. As que entenderem a profundidade das mudanças demográficas e se livrarem de uma visão estereotipada da velhice alcançarão uma considerável vantagem competitiva.
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