
Thibaud MORITZ
A polícia despejou, na madrugada desta terça-feira (18), centenas de jovens migrantes que ocupavam o teatro Gaîté Lyrique, em Paris, há mais de três meses, informaram jornalistas da AFP.
Por volta das 6h00 (02h00 no horário de Brasília), as forças de segurança forçaram a passagem pelos cordões formados por ativistas em solidariedade aos migrantes e, em meio ao tumulto, entraram no prédio para prosseguir com a evacuação.
No total, 46 pessoas foram detidas durante a evacuação do teatro La Gaîté Lyrique, localizado no centro da cidade, perto do Museu Pompidou, disse o chefe de polícia de Paris, Laurent Nuñez.
Por volta das 9h00 (5h00 em Brasília), as forças de segurança dispararam gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes ainda presentes no teatro.
No total, houve “nove feridos”, incluindo seis migrantes, disse o chefe de polícia. Um migrante, um policial e um jornalista também ficaram feridos e precisaram de atendimento.
A deputada de esquerda Danielle Simonnet denunciou uma “intervenção extremamente violenta”.
Na segunda-feira, o chefe de polícia emitiu uma ordem para a rápida evacuação do local, que estava ocupado desde 10 de fevereiro por até 450 jovens migrantes, principalmente da África Subsaariana.
Os jovens pediam alojamento e alegavam que eram menores e deveriam ser tratados como menores.
O chefe de polícia disse que as soluções de alojamento seriam buscadas e que sua situação administrativa seria examinada.
A direção do teatro afirmou que entendia a situação dos migrantes, mas denunciou “a ocupação e a inação das autoridades”.
Na fachada do teatro havia uma faixa que dizia “Gaité Lyrique ocupada. 400 vidas em perigo, 80 empregos ameaçados”.
A ocupação do teatro simbolizou a tensão em torno da migração na França entre ativistas de esquerda que apoiam os migrantes e a extrema direita, que os rejeita.