
Davi Lima sumiu em 2021, enquanto passava férias na casa da avó, em Itiúba. Ossada foi encontrada no ano passado e polícia anunciou que ele morreu após se perder na mata. Davi tinha 12 anos quando desapareceu, em Itiúba
Bélit Loiane/g1 BA
Na terça-feira (18), a Polícia Civil divulgou que o menino Davi Lima da Silva, que ficou desaparecido por três anos e 10 meses, morreu após se perder na mata. A criança foi vista pela última vez em 28 de março de 2021, enquanto passava férias na casa da avó, na cidade de Itiúba, no norte da Bahia.
Segundo a Polícia Civil, apesar de terem sido feitas buscas com cães farejadores, drones e helicópteros, nenhum rastro do menino foi achado durante quase quatro anos. A mãe do garoto não acredita na versão do inquérito policial.
Entenda a conclusão do inquérito:
a investigação apontou que não houve indícios de crime no caso, ou seja, não foram encontradas evidências de sequestro, violência ou ação dolosa de terceiros;
como a ossada não tinha sinais de violência e foi achada em um local de difícil acesso, a polícia acredita que o menino se perdeu na mata e morreu por causas naturais ou acidentais.
O g1 acompanha o caso desde 2021. Na época, os pais de Davi organizaram buscas pelo filho na cidade e o procuraram incessantemente em uma área de mata, mas não o encontraram.
Somente em novembro de 2024, os restos mortais do garoto foram encontrados por vaqueiros em uma área de difícil acesso. Para Lilia Lima, esse é um dos pontos que não fazem sentido nas investigações.
Relembre abaixo a cronologia desde o desaparecimento do garoto ao dia que os vaqueiros encontraram os restos mortais:
👉 Davi Lima desapareceu no dia 28 de março de 2021, no quarto dia de viagem com os pais. Lilia foi contratada, em Itiúba, para fazer um ensaio com um casal;
👉 A mãe do garoto deixou o filho com a irmã e voltou em menos de duas horas, mas Davi já tinha desaparecido;
👉 Logo após descobrir que o filho tinha sumido, os pais, vizinhos e familiares começaram as buscas. Lilia e o marido, Edson Alves, procuraram incessantemente pelo garoto, em uma área de mata, mas não encontraram;
👉 Dias após o desparecimento, uma equipe do Corpo de Bombeiros, além de cães farejadores e helicópteros, também foram ao local, mas apenas a sandália que Davi usava foi achada;
👉 No entanto, os bombeiros deduziram que a sandália do menino foi implantada no local. Primeiro porque várias pessoas passaram por lá antes e não viram. Também porque os cachorros foram até a sandália e voltaram, apontando que o cheiro de Davi não prosseguia para a mata.
👉 Na época, a polícia relatou aos pais do garoto que o provável é que Davi tinha sido sequestrado entre a casa da irmã de Lilia e da mãe dela, que é menos de 300 metros.
👉 Durante três anos, não houve novidade sobre o menino desaparecido.
👉 Em novembro do ano passado, restos mortais foram localizados por vaqueiros em uma área de difícil acesso em um povoado na zona rural da cidade.
👉 Em janeiro deste ano, a polícia confirmou que o material era de Davi.
👉 Na terça-feira, a polícia informou que concluiu o inquérito em 13 de março e divulgou os esclarecimentos sobre o caso.
👉 Após a conclusão do inquérito, o procedimento foi encaminhado ao Poder Judiciário em 14 de março, para avaliação e manifestação do Ministério Público.
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Quarto do menino permanecia intacto
Mãe e pai de Davi falam sobre a ausência do filho dois anos após o desaparecimento
A fotógrafa Lilia Lima e o marido, Edson Alves, pais de Davi, falaram com o g1 em 2023 sobre o desaparecimento do filho. Na época, eles mantinham o quarto do menino intacto, como ele deixou antes de viajar para passar as férias com a avó.
“É muito difícil acreditar que ele não está aqui, porque está tudo aqui dele: as roupas, a mochila da escola, tudo está do mesmo jeito. Estou aqui no quarto dele todos os dias, olho as coisas dele todos os dias”, revelou a mãe na época.
Após o desaparecimento do filho, Lilia passou a andar pelas ruas de Itiúba em busca do filho e até dormiu dentro da mata, com medo de Davi ser mordido por algum animal.
Fotos de Davi ficam guardadas no quarto
Bélit Loiane/g1 BA
Edson contou que assistia ao jogo entre Bahia e Altos, pela Copa do Nordeste, quando soube da notícia do desaparecimento do filho e não acreditou. Incialmente, ele pensou que o filho estava se escondendo.
“Quando cheguei lá tinham muitas motos e o irmão dela que achou a sandália me disse: ‘seu filho sumiu, mas eu chamei os caçadores’, mas minha ficha não tinha caído ainda”, disse.
Assim como a esposa, Edson nunca mais foi o mesmo após o desaparecimento do filho. Ele contou que sente dificuldade para dormir, se alimentar e até para se concentrar no trabalho.
“É um vazio que nada vai preencher”, disse.
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