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O ministro das Relações Exteriores talibã Amir Khan Muttaqi recebeu, nesta quinta-feira (20), uma delegação americana, a primeira desde a volta de Donald Trump à Casa Branca, com a qual conversou sobre a libertação de prisioneiros.
“As relações bilaterais, a libertação de prisioneiros e os serviços consulares para os afegãos nos Estados Unidos foram abordados” na reunião entre Muttaqi e o emissário americano Adam Boehler, informou no X o ministério afegão das Relações Exteriores.
Boehler estava acompanhado do ex-enviado para o Afeganistão Zalmay Khalilzad, acrescentou.
Trata-se da primeira visita de representantes do governo Trump à capital afegã desde a posse do presidente em janeiro, declarou à AFP o porta-voz adjunto do ministério, Hafiz Zia Ahmad.
O Afeganistão e os Estados Unidos “devem sair dos efeitos da guerra de 20 anos e ter relações políticas e econômicas”, declarou o chefe da diplomacia afegã, que instou ao “diálogo para resolver os problemas”.
Adam Boehler, especialmente ativo no tema dos reféns mantidos na Faixa de Gaza, informou sobre “avanços” no tema dos prisioneiros e comemorou “um passo positivo rumo à construção da confiança”, informou o ministério afegão.
Os Estados Unidos não fizeram nenhum comentário sobre a visita até o momento.
No fim de fevereiro, as autoridades afegãs anunciaram que uma mulher sino-americana estava detida desde 1º de fevereiro na província de Bamiyan, um importante destino turístico a oeste de Cabul, conhecido por seus Budas gigantes, dinamitados em 2001 pelos talibãs.
As autoridades afegãs se negaram a informar as razões e as condições de sua detenção.
Em janeiro, dois americanos, Ryan Corbett e William McKenty, detidos no Afeganistão, foram libertados em troca de um combatente afegão, Khan Mohammed, condenado por narco-terrorismo nos Estados Unidos.
O governo de Cabul tinha dito que esperava “um novo capítulo” com a reeleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Durante seu primeiro mandato, Trump assinou um acordo de paz com os talibãs.
Nenhum país do mundo reconheceu oficialmente o governo talibã, mas vários países, entre eles Paquistão, Rússia, China, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Irã, mantiveram abertas suas embaixadas em Cabul após a volta dos talibãs ao poder.