
Jemal Countess
Dois homens foram declarados culpados nesta quinta-feira (20) por um júri popular de tentar sequestrar e assassinar a jornalista e dissidente iraniana Masih Alinejad, exilada nos Estados Unidos, informaram fontes do tribunal.
A promotoria do tribunal federal do distrito sul de Manhattan acusou Rafat Amirov e Polad Omarov, membros da máfia russa, de terem agido a mando de uma rede da qual participava um general da Guarda Revolucionária do Irã para sequestrar e assassinar a jornalista, que precisou fugir de seu país em 2009.
O depoimento de um terceiro membro da rede, Khalid Mehdiyev, detido em julho de 2022 com um fuzil de assalto AK-47 carregado rondando a casa de Alinejad no Brooklyn, foi essencial para condenar os dois acusados.
Segundo Mehdiyev, Omarov tinha encomendado o assassinato de Alinejad e Amirov reconheceu que fazia parte do complô quando os dois compartilhavam a mesma prisão.
O Departamento de Justiça americano tinha acusado oito pessoas, entre elas o general da Guarda Revolucionária e ex-oficial de inteligência Ruhollah Bazghandi, por tentar silenciar e matar uma cidadã americana por suas críticas ao regime iraniano, embora não tivesse mencionado o nome do alvo.
Alinejad publicou então em sua conta no X que o complô para matá-la era um “duro lembrete dos extremos brutais aos quais o regime islâmico chega para silenciar dissidentes, mesmo aqueles que estão muito longe das fronteiras do Irã”.
“Por anos o regime iraniano tentou assediar, difamar, intimidar e até mesmo sequestrar a senhora Alinejad”, disse o promotor Michael Lockard ao júri durante seu argumento final, na quarta-feira.
“Quando esses esforços fracassaram, o governo do Irã ofereceu 500 mil dólares como recompensa por sua cabeça”, afirmou, segundo a imprensa local.