
Emílio Carlos Gongorra (o Cigarreira), foragido da Justiça, usou o aeroporto de Jundiaí (SP), conforme a investigação, cerca de 15 vezes em novembro de 2024, mês em que o crime ocorreu. Vinícius Gritzbach foi morto em 8 de novembro de 2024, à luz do dia, no aeroporto de Guarulhos (SP). Execução no aeroporto internacional de Guarulhos (SP)
Reprodução/TV Globo
O réu acusado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) de ser o mandante da execução do delator do PCC Vinícius Gritzbach, morto em 8 de novembro de 2024, à luz do dia e em um dos aeroportos mais movimentados da América Latina, usou o aeroporto de Jundiaí, no interior de São Paulo, como rota de fuga.
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As informações estão na ação que tornou seis pessoas rés acusadas de participação no crime. De acordo com o registro policial, foram ao menos 29 disparos, de calibres diversos. Gritzbach foi atingido por quatro tiros no braço direito, dois no rosto, um nas costas, um na perna esquerda, um no tórax e um no flanco direito (região localizada entre a cintura e a costela).
Emílio Carlos Gongorra (o Cigarreira), foragido da Justiça, partiu da cidade de Jundiaí, inclusive, em 7 de novembro de 2024, um dia antes do crime em Guarulhos. Ao longo do mês de novembro, ele passou pelo aeroporto de Jundiaí 15 vezes.
Conforme a Polícia Civil, com base no depoimento de uma pessoa que é sócia de uma empresa de táxi aéreo da capital, houve a contratação para um voo de Jundiaí com destino ao aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro, com previsão de cerca de 50 minutos. A pessoa disse, inclusive, que recebeu duas transferências para o serviço, sendo uma de R$ 10 mil e outra de R$ 13 mil, que totalizaram R$ 23 mil.
Documento mostra dados sobre o voo de réu acusado de ser mandante de assassinato de Vinícius Gritzbach, no aeroporto de Guarulhos (SP), em 2024
Reprodução
Ainda segundo o depoimento, na hora do embarque, o piloto entrou em contato informando que os passageiros eram outros e não os dois nomes previamente informados à empresa. Com isso, o departamento comercial da empresa ligou para o contratante para confirmar os passageiros. O contratante, então, confirmou os novos passageiros, incluindo Emílio Castilho.
Uma mandado de busca e apreensão foi cumprido em Jundiaí no dia 13 de fevereiro.
A investigação apontou ainda que Cigarreira utilizou ao menos quatro aeronaves ligadas à empresa de Jundiaí, com base em anotações da companhia. Somente duas aeronaves usadas por ele – Beechcraft King Air B200 – somadas têm valor de mercado de mais de R$ 40 milhões.
A investigação apontou também que Cigarreira utilizava frequentemente o serviço de transporte aéreo, tanto para viagens dentro do estado de São Paulo, quanto para outros estados, bem como para outros países, como Bolívia e Colômbia. A polícia afirma que ele é um dos principais narcotraficantes do Brasil.
O mandado de prisão contra Emílio Carlos Gongorra tem validade até 2044. A investigação aponta que tanto ele quanto os demais foragidos estão escondidos no Complexo da Penha, um conjunto de favelas do Rio de Janeiro.
O relatório de investigação da Polícia Civil aponta que Cigarreira ou Pai, como Emílio também é chamado, é descrito como um indivíduo altamente perigoso, com traços de psicopatia, impulsividade e ausência de medo. O documento ainda diz que ele tem ligações com o tráfico de drogas no Complexo da Penha, no Rio.
Vinícius Gritzbach foi executado no aeroporto de Guarulhos (SP)
Reprodução/TV Globo
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