
Segundo a Polícia Civil, a investigada cometia as fraudes por meio do pagamento de boletos para empresa que criou no nome dela. Patroa descobriu esquema e fez denúncia. Viaturas da Polícia Civil do Tocantins
Reprodução/SSP-TO
A assistente financeira de 25 anos, presa em flagrante por suspeita de furtar a empresa em que trabalhava, em Palmas, ostentava uma vida de luxo mesmo sendo uma pessoa que recebia um salário de R$ 1,5 mil. É o que explicou o delegado Evaldo Gomes, responsável pela prisão da mulher suspeita de fazer desvios que podem passar de R$ 530 mil.
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A prisão aconteceu após a patroa da investigada descobrir o esquema e fazer denúncia contra a mulher à Polícia Civil. Ela foi levada para a Unidade Penal Feminina de Palmas, e está à disposição da Justiça. O nome da suspeita não foi divulgado e o g1 não teve acesso à defesa dela.
Segundo o delegado Evaldo, a mulher era assalariada, mas já estava acumulando capitais, possivelmente produtos dos desvios da empresa em que era contratada desde julho de 2024.
“Ela vinha ostentando traços externos de riqueza, tendo um padrão de vida bem superior aos ganhos, tendo em vista que ela é assalariada com rendimento possível de R$ 1,5 mil por mês, e mesmo assim andava com carros importados novos, tinha mais de um imóvel, sempre viajava, gastava muito dinheiro com festas, tinha eletrodomésticos caros, eletroeletrônicos e estava acumulando capital”, explicou o delegado.
Na empresa, ela tinha a função de realizar o pagamento dos fornecedores. Mas para conseguir fazer os desvios, criou uma empresa no nome dela. Através da empresa, ela emitia boletos para a empresa que trabalhava com data anterior às que deveriam ser pagas aos fornecedores. Na data de vencimento certa do boleto o documento era pago pela segunda vez, mas para a empresa credora correta.
Segundo explicou a vítima à Polícia Civil, “se a empresa estava devendo o boleto X com data de vencimento para dia 20/02/2025, a investigada adiantava para o dia 05/02/2025 no sistema da empresa e emitia um boleto no nome da empresa que ela criou. Na data de vencimento do boleto no dia 20/02/2025, a autora realizava novo pagamento, desta vez para a empresa credora”.
O esquema só foi descoberto porque a investigada faltou ao trabalho na segunda-feira (17) e a vítima precisou cumprir as obrigações da funcionária na empresa. Ela encontrou os documentos bagunçados e muitos pagamentos adiantados. Por isso identificou que eles foram feitos à empresa no nome da investigada e acionou a polícia.
O delegado pediu a quebra de sigilo bancário e o bloqueio dos bens da mulher investigada, além da requisição das transações financeiras nas contas bancárias dela.
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Outro inquérito
Além dessa empresa vítima do golpe que pode passar de R$ 530 mil, a mesma suspeita é investigada em outro inquérito policial, por um crime semelhante.
Ela trabalhou em um posto de combustível de Palmas e teria dado um prejuízo inicialmente de R$ 400 mil, mas que pode passar de R$ 700 mil, segundo o delegado Evaldo.
“Houve investigação que foi constatado todo o crime, a materialidade e a autoria, e foi posteriormente repassado para o Ministério Público e para o Poder Judiciário”, disse o delegado, ressaltando que o primeiro caso foi investigado pela 2ª Delegacia de Polícia.
O delegado explicou ainda que, a princípio, a investigação apontou que ela atuou sozinha para dar o golpe na empresa. “Mas é possível que tivesse apoio, inclusive na lavagem de capital”, completou a autoridade policial.
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