Exploração sexual e cárcere privado em boates: polícia identifica 10 jovens atraídas por quadrilha com falsas ofertas de trabalho


Investigações começaram após uma mulher morrer em uma boate de Auriflama (SP). Mulheres ficavam sem alimentos, água e sem acesso à comunicação. Vítimas foram resgatadas e levadas para atendimento médico. Polícia identifica 10 jovens atraídas por quadrilha com falsas ofertas de trabalho
A Polícia Civil identificou ao menos 10 jovens vítimas de quadrilha suspeita de exploração sexual, estupros e cárcere privado em boates, em cidades do noroeste de São Paulo. Elas eram atraídas pelos criminosos com falsas promessas de trabalho.
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As investigações começaram após uma mulher morrer em uma boate de Auriflama (SP). O caso, inicialmente tratado como suicídio, passou a ser investigado como homicídio ou indução ao suicídio.
Polícia Civil desarticula rede criminosa de exploração sexual no interior de São Paulo
Reprodução/TV TEM
Durante as apurações, a polícia identificou que as vítimas em situação de vulnerabilidade eram atraídas para trabalhar nas boates e depois privadas de sair de dentro dos locais, além de ficarem sem alimentos, água e sem acesso à comunicação.
As mulheres também eram forçadas a consumir drogas vendidas pelos administradores das boates e contraíam dívidas. Algumas relataram à polícia que foram estupradas, sob ameaças ou como forma de “quitação” das dívidas. A mais velha entre as jovens tem 25 anos. Há indícios de envolvimento de menores de idade no esquema.
Polícia Civil desarticula rede criminosa de exploração sexual no interior de São Paulo
Reprodução/TV TEM
À TV TEM, a delegada responsável pela investigação, Caroline Baltes, informou que os portões das boates eram trancados e, quando tentavam sair, pulando o muro para comprar alimentos, as mulheres eram perseguidas e agredidas.
Conforme a delegada, a maioria das vítimas conseguiu fugir e escapar, quando fizeram as denúncias. “Elas estavam bem magras, com condições físicas bem precárias. Algumas falaram que não tinham condições e ainda têm dívidas com eles”, completa a delegada.
No total, 36 policiais participaram do trabalho e identificaram ao menos três boates que operavam de forma criminosa. Nos locais, foram apreendidas drogas, armas, celulares e cadernos de contabilidade. Os estabelecimentos foram fechados e lacrados por determinação judicial.
Segundo a Polícia Civil, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em Auriflama, Catanduva, Pereira Barreto (SP) e Aparecida do Taboado (MS). Quatro pessoas foram presas, sendo duas em flagrante. Um homem está foragido.
A quadrilha é investigada por organização criminosa, favorecimento da prostituição, cárcere privado, estupro e homicídio.
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