
Banda americana de metal progressivo estreia em SP neste domingo (30). Quarteto tem vocalista potente e controverso cantando músicas longas e pouco convencionais. Maynard James Keenan, vocalista da banda Tool
Divulgação/Facebook da banda
O Lollapalooza Brasil recebe neste domingo (30) uma das atrações mais enigmáticas e provocativas de toda sua história. Com 35 anos de carreira, o Tool mistura o metal alternativo com elementos de rock progressivo, com letras que têm temáticas sombrias e reflexivas.
Formada em 1990, em Los Angeles, a banda tem em sua formação Maynard James Keenan (vocais), Adam Jones (guitarra), Danny Carey (bateria) e Justin Chancellor (baixo). Os shows do quarteto são uma experiência sensorial intensa, marcada por luzes e imagens perturbadoras que complementam cada canção.
LEIA MAIS: Shows do Lollapalooza para berrar nostalgias
Como será show da tour de adeus do Sepultura no Lolla
Keenan é muito elogiado por seu alcance vocal, mas também é conhecido por certas controvérsias. Dentre suas performances provocantes estão uma em que tirou totalmente a roupa no palco. Em shows de turnês anteriores, costumava cantar fantasiado (de terno e peruca ou de lingerie, por exemplo).
Ele já tentou comandar sessões de meditações profundas com o público, mas nos shows mais recentes tem sido mais convencional.
Com visual discreto, ele fica até meio escondido no fundo do palco, sem chamar muita atenção para sua performance visual. A parte vocal, no entanto, segue potente e parecida com a de antes.
O quarteto americano Tool
Divulgação/Facebook da banda
Após treze anos sem lançar álbuns, o Tool voltou em 2019 com seu quinto disco, “Fear Inoculum”, que desbancou Taylor Swift do topo do Billboard 200, o principal ranking de álbuns nos EUA. Até então, quem quisesse ouvir a banda precisava ter CDs ou vinis. As músicas só foram liberadas no streaming naquele mesmo ano.
A faixa-título “Fear Inoculum” se tornou na época a música mais longa a entrar na principal parada americana, com 10 minutos e 21 segundos. Em 2023, ela deixou de ser recordista. Foi desbancada pelos 12 minutos e 20 segundos de “I Swear, I Really Wanted to Make a ‘Rap’ Album But This Is Literally the Way the Wind Blew Me This Time”, faixa instrumental de Andre 3000.
Outra curiosidade do Tool tem a ver com a letra de “Lateralus”. As sílabas das palavras nos versos seguem o padrão numérico da Sequência de Fibonacci. É uma série de números em que cada um é a soma dos dois anteriores, sendo predominante na natureza, presente em pinhas, arranjos de folhas e no centro de girassóis, entre outros.
Lolla, toca aquela do tempo da mãe
Além disso, a banda utiliza sons pouco convencionais nas músicas, como na faixa “Disgustipated”, em que os membros destruíram pianos com marretas e tiros de espingarda. Em “Mantra”, um dos elementos sonoros vem de Maynard brincando com seu gato. Essa busca por um som único fez a banda ganhar três prêmios Grammy, incluindo o de Melhor Performance de Metal.
Por essas particularidades e pelo som intrigante, o Tool é uma das bandas mais com fã-clube mais dedicado. Quem gosta do grupo passa horas lendo teorias sobre letras e arranjos, por exemplo.
No Lollapalooza Argentina, a banda permitiu que o show fosse transmitido ao vivo, uma raridade. Topou, mas só com ângulos amplos e distantes, sem closes dos membros. O setlist deixou de fora algumas de suas músicas mais populares dos anos 90, mas trouxe concessões por esta ser a primeira turnê na América do Sul. O vocalista começou o show convidando a audiência para uma “pequena jornada” e pediu que os fãs deixassem de lado os “malditos celulares”.
Possível setlist do Tool no Lollapalooza
Stinkfist
The Pot
Fear Inoculum
Rosetta Stoned (com intro de Lost Keys)
Pneuma
The Grudge
Jambi
Invincible
Vicarious