
Evento que acontece neste domingo (30), é marcado por rezas, encontros na mesquita, troca de presentes e confraternização entre amigos e familiares. Ele ocorre um dia após o fim do Ramadã. Muçulmanos durante reza na Mesquita de Mogi das Cruzes, na manhã deste domingo
Dalaly Kharfan
☪️ Comparado ao Natal em relação a grandiosidade da festa, o Eid al-Fitr, que acontece neste domingo (30), é uma celebração religiosa islâmica. A comemoração ocorre sempre no dia seguinte ao término do Ramadã, e marca o início de um novo mês no calendário islâmico. Ela é marcada por rezas, encontros na mesquita, troca de presentes e confraternização entre amigos e familiares.
Para o Islã, o Ramadã é um mês sagrado, marcado por jejum – um dos pilares do Islã – orações e caridade. Ele também representa um momento em que os muçulmanos trabalham seu interior para serem pessoas melhores. Após o fim desse período, acontece a celebração do Eid al-Fatr.
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O sheik da mesquita de Mogi das Cruzes, Fazian Paulo, explicou que os muçulmanos ao redor de todo mundo celebram a data.
“[Eles] comemoram devido ao término de um mês de adoração, de purificar o interior. É um momento de muita alegria por completar mais uma missão que é de jejuar, ordem dada por Deus”, contou sheik Paulo.
Fasih Uddin, indiano que mora no Brasil há 20 anos e há dois anos vive em Mogi das Cruzes com a família, é muçulmano e contou que o Eid al-Fitr acontece durante todo o dia. Em países de maioria islâmica, a festa chega a durar três dias.
“De manhã cedo, tem oração na mesquita, lá mesmo a gente comemora a festa, faz a refeição e tem brinquedo para as crianças. Depois cada um vai pra casa de amigos ou familiares. Distribuímos doces e dinheiro para as crianças, e trocamos presentes”, detalhou o empresário de 51 anos, que após participar pela manhã das atividades na Mesquita de Mogi, pretende celebrar o Eid al-Fitr com a esposa grávida e os quatro filhos, com amigos em uma chácara, fazendo um típico churrasco brasileiro.
Uddin com a esposa e os filhos em uma das comemorações do Eid
Arquivo pessoal
Segundo o sheik Paulo, há um preparo antes de participar do Eid al-Fitr, que pode variar de país para país.
“Fazemos uma purificação (ghusl), vestimos roupas novas, participamos da oração comunitária ao amanhecer (Fajr), preparamos pratos doces, decoramos as casas com lanternas, luzes cintilantes e repetimos ‘Allahu Akbar’ (Deus é Maior) até que o imam chegue para realizar a oração da festa. Repetimos a sentença ‘Allahu Akbar’ após o final de cada oração”, explicou Paulo.
Uddin contou que ele e a família seguem as tradições da data. Eles compram roupa nova para usarem no dia, lençóis novos e louças que estejam faltando em casa. Ele disse que não só ele e a esposa esperam pelo Eid al-Fitr, mas os filhos também.
“As crianças ficam bem animadas, eles gostam de comemorar, rezar, de encontrar outras crianças, ficam bem animados e felizes”, destacou o pai do Arshan de 17 anos, da Aliya de 8 anos, do Omar de 5 anos, do Ayaan de 10 meses, e de um bebê que está a caminho.
Aliya de 8 anos, e Omar de 5 anos, filhos de Uddin, participando do Eid al-Fitr em anos anteriores
Arquivo pessoal
Na mesquita de Mogi, o evento começa bem cedo e não muçulmanos também podem participar. Entretanto, o sheik Paulo explicou que geralmente os não muçulmanos que vão à celebração são convidados de algum integrante da mesquita.
Assim, os organizadores conseguem saber a quantidade de pessoas que vão participar para estar dentro do limite de lotação do espaço.
Calendário islâmico
📅 O calendário islâmico é lunar, ou seja, ele se baseia nos movimentos da Lua. Diferente do calendário gregoriano, baseado no movimento da Terra ao redor do Sol, seguido mundialmente.
Sheik Paulo explicou que, no calendário islâmico, um mês começa quando a lua nova vira para a crescente. “O Eid al-Fitr marca um início de um novo mês, porque acontece na virada da lua”.
Ramadã tem início no calendário islâmico
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