
Medida adotada pela administração municipal de Itanhaém ocorre após um condutor de charrete ter atropelado e matado Thalita Danielle Hoshino, de 38 anos, que curtia o final de semana com o marido e um casal de amigos no litoral paulista. O charreteiro foi preso. Bloqueio com pedras é instalado na faixa de areia de praia em Itanhaém, SP, após morte de ciclista atropelada
Yasmin Braga/TV Tribuna
A Prefeitura de Itanhaém (SP) ergueu um bloqueio com pedras na faixa de areia da Praia do Santa Cruz. A medida foi tomada após o condutor de uma charrete ter atropelado e matado a turista Thalita Danielle Hoshino, de 38 anos, que pedalava com uma amiga próximo à divisa com Peruíbe (SP).
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Thalita foi atropelada em 23 de março e morreu dois dias depois no Hospital Irmã Dulce, onde esteve internada após sofrer um traumatismo cranioencefálico (TCE). O charreteiro, de 31 anos, foi preso em Praia Grande no último sábado (29). O caso é investigado como homicídio.
De acordo com a administração municipal, o bloqueio foi montado na sexta-feira (28) e visa impedir a passagem de veículos e charretes na parte arenosa. A prefeitura diz que vai estudar mudanças na legislação para endurecer as penalidades contra práticas irregulares nas praias da cidade.
O Executivo de Itanhaém também anunciou uma reunião, marcada para terça-feira (1º), na Delegacia Seccional, com representantes da Prefeitura de Peruíbe e das polícias Militar e Civil para discutir a fiscalização ao longo da faixa de areia.
Cavalo e charrete foram apreendidos e homem foi preso na manhã de 29 de março
Redes sociais e reprodução
Ele negou ter visto a vítima
Depois que Thalita foi atropelada, o condutor prestou depoimento à polícia. Na ocasião, ele disse não ter percebido a aproximação da vítima.
O homem relatou ter atingido a mulher enquanto ela passava na frente do veículo, mas a versão foi negada pela fisioterapeuta Gabriela Ferreira Neves de Andrade, que estava junto à Thalita na praia.
A testemunha estava pedalando alguns metros atrás da vítima e viu quando dois carros se aproximarem antes das charretes. Gabriela, inclusive, disse ter alertado a amiga sobre a presença dos automóveis. “Falei para ela tomar cuidado com o carro e desviei para o lado do mato”.
De acordo com ela, primeiro passaram dois carros, depois passou um cavalo e a outra charrete, que a atingiu. “Ouvi um barulho e vi que ela (Thalita) tinha caído no chão”.
“Eu acredito que foi uma corrida porque eles estavam em uma velocidade muito alta […]. Depois, conversando com alguns moradores de lá, eles falaram que é comum ter essas corridas [entre charretes], que é proibido”, disse a fisioterapeuta.
Quem era Thalita Danielle Hoshino?
Thalita Danielle Hoshino, de 38 anos, sonhava em morar na praia
Arquivo pessoal
Thalita Danielle Hoshino, a ciclista de 38 anos que morreu após ser atropelada por uma charrete na divisa entre Peruíbe e Itanhaém, sonhava em morar na praia. Segundo Gabriela, Thalita era moradora de São Bernardo do Campo (SP), trabalhava na área de tecnologia e estava no litoral paulista, acompanhada de amigos, para um passeio.
Gabriela e Thalita eram amigas há oito anos e estavam juntas no momento do acidente. A testemunha conseguiu desviar a bicicleta e contou ter alertado a vítima sobre os veículos. “A última palavra que eu falei foi para ela tomar cuidado […]. E aí ela foi embora, aí acabou tudo”, lamentou.
Momentos antes do acidente
De acordo com Gabriela, os momentos que antecederam o acidente da amiga foram bons. “Ela estava sentindo uma paz imensa. Ela estava muito feliz, estava tirando fotos, filmando, do jeito que ela sempre gostou”, afirmou a fisioterapeuta.
Ainda segundo Gabriela, Thalita demorou para decidir a roupa que usaria no passeio de bicicleta. “Ela nem ia colocar biquíni no dia, mas quando abriu um solzinho, ela falou: ‘eu vou pôr um biquíni’. Um biquíni roxo, porque ela adora cor roxa”, relembrou.
Vídeo mostra ciclista atropelada por charrete momentos antes de acidente em praia
Características
De acordo com a fisioterapeuta, ela e Thalita tentavam se reunir pelo menos uma vez ao mês, pois eram muito próximas e se ajudavam.
“Podia estar passando qualquer tipo de problema, ela sempre sabia como resolver, sempre sabia como se virar. Ela era realmente a nossa conselheira, uma pessoa que não deixava você ficar triste, não deixava você ficar de baixo astral. Ela sempre me levantava. Nos piores e nos melhores momentos, ela esteve do meu lado”, informou.
Ainda segundo Gabriela, a amiga era muito resiliente e calma. “Ela era luz, paz, mansidão”, finalizou.
Thalita Danielle Hoshino sofreu traumatismo craniano após ser atropelada por charrete em praia de Itanhaém, SP
Reprodução
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