Turista atropelada por charrete em SP deixa carta antes de morrer

Thalita Danielle HoshinoReprodução

Uma viagem ao litoral de São Paulo terminou em tragédia para Thalita Danielle Hoshino, de 37 anos. A turista morreu após ser atropelada por uma charrete enquanto pedalava na praia entre Peruíbe e Itanhaém. Dias antes, ela havia deixado uma carta ao marido, Valdomiro Pereira dos Anjos, para ser aberta apenas em junho, durante as férias do casal.

“O mundo pode ser sombrio, incerto e até cruel, só que realmente importa é que vamos enfrentá-lo juntos. O que quer que o futuro nos traga, você sempre vai ser minha luz”, escreveu Thalita na mensagem. Em entrevista ao programa ‘Fantástico’, da TV Globo, Valdomiro relatou a dor da perda: “Tenho certeza de que ela está feliz lá em cima e quer nossa felicidade aqui embaixo… porque ela era vida!”

O atropelamento aconteceu no domingo, dia 23, enquanto Thalita pedalava próximo ao mar ao lado de uma amiga, Gabriela Andrade. Segundo relato de Gabriela, charretes e carros vinham em alta velocidade na areia, e Thalita acabou sendo atingida ao tentar desviar.

“Ela estava super feliz, numa paz indescritível. Aí vi dois carros e duas charretes vindo na nossa direção, correndo mesmo. Olhei pra ela e falei: ‘Tha, cuidado com o carro.’ Minha preocupação era o carro pegar a gente. Aí eu desviei para a direita e ela foi para o lado esquerdo, em direção ao mar. Quando olhei de novo, ela já estava no chão”, relatou.

A ciclista sofreu traumatismo cranioencefálico grave e foi levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Sua morte foi confirmada na última terça-feira.

O condutor afirmou à Polícia Civil que não viu a aproximação de Thalita. Inicialmente, o caso foi registrado como lesão corporal, mas com a morte da vítima, um inquérito por homicídio foi aberto.

A investigação apura se houve dolo eventual, quando o autor não tem intenção de matar, mas assume o risco ao agir de maneira perigosa. A prática de corridas de charretes já havia sido denunciada por moradores, mas seguia acontecendo sem fiscalização.

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