
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, autorizou, nesta segunda-feira (31), que o tenente-coronel Mauro Cid viaje para São Paulo entre os dias 1º e 7 de abril para acompanhar uma competição esportiva da filha. Cid é ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) e se tornou réu por tentativa de golpe de Estado, após decisão da Primeira Turma da Corte.

Mauro Cid foi ajudante de ordens durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, à esquerda – Foto: Isac Nóbrega/PR/ND
Cid pediu autorização para viajar até a capital paulista para acompanhar a premiação da filha na categoria “Jovem Cavaleiro”, pela Confederação Brasileira de Hipismo, e participar de uma competição que acontecerá dentro do Jockey Club de São Paulo.
Por que o ex-ajudante de ordens não poderá participar de ato de Bolsonaro?
Na decisão, Moraes destacou que a autorização “não dispensa o requerente do cumprimento das demais medidas cautelares” já impostas, como a proibição de manter contato com outros investigados e não utilizar as redes sociais.

Tenente-coronel Mauro Cid foi afastado do Exército desde 2023 – Foto: Reprodução/ Redes sociais
O ministro também determinou que a Administração Penitenciária do Distrito Federal envie ao STF, no prazo de 48 horas após o retorno, um relatório detalhado do monitoramento por tornozeleira eletrônica referente ao período da viagem.
Prisão de Mauro Cid
Mauro Cid foi preso em maio de 2023, acusado de participar de um esquema de fraude para inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. Ele foi solto ainda naquele ano após firmar um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

Brasília (DF) 11/07/2023 Depoimento para CPMI do golpe do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, ex-ajudante-de-ordens do então presidente Jair Bolsonaro.Foto Lula Marques/ Agência Brasil. – Foto: Fotográfo/Agência Brasil/ND
De acordo com as investigações, Cid teria contribuído para a redação da minuta golpista e participado do planejamento de ações violentas ao lado de militares das Forças Especiais. Também teria estado presente em reuniões que discutiram possíveis atentados contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Em 2024, ele voltou a ser preso após o vazamento de áudios em que ele declarava ter sido coagido durante depoimento à Polícia Federal, mas foi solto, meses depois, por autorização de Moraes. O advogado Mauro Cezar Bitencourt afirmou que Cid atuou com “dignidade” e “grandeza” sendo apenas o delator no processo e não teve papel central nos crimes investigados.
*Com informações do Estadão Conteúdo.