
Thalita Danielle Hoshino, de 38 anos, curtia o final de semana com o marido e um casal de amigos no litoral paulista quando foi atingida pela charrete de Rudney Gomes Rodrigues. A Polícia Civil solicitou à Justiça a conversão da prisão temporária em preventiva. Cavalo e charrete foram apreendidos e homem foi preso na manhã deste sábado (29)
Redes sociais e reprodução
A Polícia Civil pediu à Justiça a conversão da prisão de Rudney Gomes Rodrigues, de temporária para preventiva. O homem, de 31 anos, conduzia a charrete que atropelou e matou Thalita Danielle Hoshino, de 38, enquanto ela pedalava com uma amiga em Itanhaém, no litoral de São Paulo
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Thalita foi atropelada em 23 de março e morreu dois dias depois no Hospital Irmã Dulce, onde esteve internada após sofrer um traumatismo cranioencefálico (TCE). O charreteiro foi preso em Praia Grande no último sábado (29) e está recolhido na Cadeia Pública de Peruíbe. O caso é investigado como homicídio.
Conforme apurado pelo g1, a Polícia Civil já concluiu o inquérito policial sobre a morte de Thalita. Na última semana, Rudney teve a prisão temporária prorrogada por mais cinco dias, com término nesta segunda-feira (7).
Antes de o prazo terminar, na última sexta-feira (4), o delegado Arilson Veras Brandão, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itanhaém, solicitou a prisão preventiva do indiciado.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou, em nota, que a autoridade policial espera uma manifestação do Ministério Público para, então, a Justiça decretar ou não a prisão preventiva.
Ao g1, o advogado José Miguel da Silva Júnior, que atua na defesa de Rudney, explicou que a Justiça tem até o fim desta segunda-feira para converter ou não a prisão temporária em preventiva. Se não converter, como o prazo da temporária acabará, ele deverá ser solto para responder em liberdade.
O profissional acredita que estão ausentes os pré-requisitos para a prisão preventiva porque o cliente colaborou com as investigações. A defesa não concorda que o caso se trate de homicídio com dolo eventual, isto é, que Rudney tenha assumido o risco de matar.
Condutor estava ‘conhecendo’ a égua
Thalita Danielle Hoshino sofreu traumatismo craniano após ser atropelada por charrete em praia de Itanhaém, SP
Reprodução
De acordo com o advogado Luciano Fernandes Ribeiro, que atua na defesa de Rudney junto com José Miguel, a esposa do investigado prestou depoimento na segunda-feira (31) e confirmou que o ocorrido foi um acidente. Segundo ele, a mulher destacou que Rudney prestou socorro imediatamente e compareceu espontaneamente à delegacia para prestar esclarecimentos.
Ainda de acordo com a defesa, Rudney negou que estivesse participando de um evento de corrida de charretes e afirmou que não percebeu o momento do acidente. Ele também relatou que a faixa de areia estava deserta e que estava no local apenas para passear com o animal recém comprado.
De acordo com a defesa, em nenhum momento Rudney disse que estava “testando”, mas sim “conhecendo”, passeando com a égua, que foi adquirida há um mês. Ribeiro disse, ainda, que a polícia não localizou a charrete e o animal, apenas os encontro no local indicado pelo investigado.
Bloqueio com pedras
Bloqueio com pedras é instalado na faixa de areia de praia em Itanhaém, SP, após morte de ciclista atropelada
Yasmin Braga/TV Tribuna
A Prefeitura de Itanhaém (SP) ergueu um bloqueio com pedras na faixa de areia da Praia do Santa Cruz na sexta-feira (28) e visa impedir a passagem de veículos e charretes na parte arenosa.
A administração municipal disse que vai estudar mudanças na legislação para endurecer as penalidades contra práticas irregulares nas praias da cidade.
O Executivo de Itanhaém também anunciou uma reunião, marcada para terça-feira (1º), na Delegacia Seccional, com representantes da Prefeitura de Peruíbe e das polícias Militar e Civil para discutir a fiscalização ao longo da faixa de areia.
Quem era Thalita Danielle Hoshino?
Thalita Danielle Hoshino, de 38 anos, sonhava em morar na praia
Arquivo pessoal
Thalita Danielle Hoshino sonhava em morar na praia. Segundo Gabriela, Thalita era moradora de São Bernardo do Campo (SP), trabalhava na área de tecnologia e estava no litoral paulista, acompanhada de amigos, para um passeio.
Gabriela e Thalita eram amigas há oito anos e estavam juntas no momento do acidente. A testemunha conseguiu desviar a bicicleta e contou ter alertado a vítima sobre os veículos. “A última palavra que eu falei foi para ela tomar cuidado […]. E aí ela foi embora, aí acabou tudo”, lamentou.
Momentos antes do acidente
De acordo com Gabriela, os momentos que antecederam o acidente da amiga foram bons. “Ela estava sentindo uma paz imensa. Ela estava muito feliz, estava tirando fotos, filmando, do jeito que ela sempre gostou”, afirmou a fisioterapeuta.
Ainda segundo Gabriela, Thalita demorou para decidir a roupa que usaria no passeio de bicicleta. “Ela nem ia colocar biquíni no dia, mas quando abriu um solzinho, ela falou: ‘eu vou pôr um biquíni’. Um biquíni roxo, porque ela adora cor roxa”, relembrou.
Vídeo mostra ciclista atropelada por charrete momentos antes de acidente em praia
Características
De acordo com a fisioterapeuta, ela e Thalita tentavam se reunir pelo menos uma vez ao mês, pois eram muito próximas e se ajudavam.
“Podia estar passando qualquer tipo de problema, ela sempre sabia como resolver, sempre sabia como se virar. Ela era realmente a nossa conselheira, uma pessoa que não deixava você ficar triste, não deixava você ficar de baixo astral. Ela sempre me levantava. Nos piores e nos melhores momentos, ela esteve do meu lado”, informou.
Ainda segundo Gabriela, a amiga era muito resiliente e calma. “Ela era luz, paz, mansidão”, finalizou.
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