
Acompanhar uma pessoa com doença terminal não é uma tarefa fácil, já que é uma experiência carregada de dor e desgaste emocional e físico. O ente querido muitas vezes pode vivenciar um estágio de negação da sua condição, atravessar uma depressão, além de outros sintomas. Então, para quem está no entorno do paciente, não saber como agir é completamente normal.

Saiba o que dizer a um ente querido com doença terminal – Foto: Freepik/ND
O que fazer nos últimos momentos de uma pessoa querida
As psicólogas Amélie Amilhau e Nathalie Boisselier explicaram ao portal Le Journal Des Femmes o que fazer e perguntar nos últimos momentos de vida de uma pessoa querida. Amélie ressalta que é muito importante perguntar à pessoa doente é “0 que você quer ou precisa? Como posso ajudá-lo? Sobre o que você quer conversar?”.
A especialista alerta que é preciso evitar projetar nossas próprias necessidades e desejos na pessoa doente, mas também acolher as emoções do paciente, seja qual forem: medo, raiva, ansiedade ou serenidade.
“Não devemos acreditar que seja possível aliviar esta dificuldade. O ser humano tem, muitas vezes, a tendência de querer fazer coisas para ajudar”, diz a especialista, que acrescenta que as pessoas podem demonstrar apoio através de palavras, como: “Vejo que isto te assusta, estou aqui ao teu lado, entendo a tua angústia”.
Escute o que a pessoa tem a falar

Escute o que pessoa com doença terminal tem a dizer – Foto: Freepik/ND
A especialista reforça que o mais importante nesses momentos é ouvir o que a pessoa sente e deseja falar. Atender às necessidades básicas, como músicas favoritas ou revistas, sem focar em grandes questões existenciais, também pode ajudar.
Nathalie, também psicóloga, diz que é preciso evitar sobrecarregar o paciente em estado terminal com nossas próprias emoções, e não colocá-lo na posição de nos consolar. Durante a fase terminal, gestos tranquilizadores, olhares empáticos e demonstrações de amor incondicional são essenciais.
Compartilhar memórias é importante para pacientes com uma doença terminal
A especialista afirma que os últimos momentos juntos também servem para nos permitir dizer coisas que ainda não foram ditas como “obrigado, desculpe, eu te amo e adeus”. Compartilhar memórias do passado também pode ser reconfortante tanto para o doente quanto para seus entes queridos.

Compartilhar memórias é importante para pessoas com doença terminal, já que estarão focando em bons momentos do passado – Foto: Freepik/ND
As especialista recomenda perguntar: “Você concordaria se eu lhe contasse sobre tal ou tal pessoa?”, além disso, Amélie ressalta que é importante não evitar o tema da morte, se a pessoa desejar falar sobre isso.
“Devemos permanecer o máximo possível nas emoções positivas, na alegria, na gratidão, no adeus, nesta oportunidade que nos resta de acompanhar este ente querido”, finaliza.