
A qualidade do ar em Florianópolis foi elencada a 6ª pior entre as capitais após a fumaça das queimadas no Norte e Centro-Oeste brasileiro chegar na Ilha de Santa Catarina, afetando a paisagem da cidade e causando internações em hospitais.

Fumaça das queimadas da Amazônia mudou a paisagem e a qualidade do ar em Florianópolis- Foto: Deny Campos/ND
Segundo o meteorologista Mario Quadros, do IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina) as correntes de ar são as responsáveis por direcionar a fumaça das queimadas para o estado e, consequentemente, Florianópolis.
‘Fim de rota’: posição geográfica de Florianópolis explica fumaça no céu
Ao mesmo tempo que a capital está na reta da fumaça das queimadas, o estado é o “fim da rota” dela. O meteorologista explica que a previsão do tempo para Florianópolis vai ajudar a dissipar a fumaça.
“A gente tem essa frente fria prevista, apesar de não ser muito forte. Com a passagem dela, entrando o vento sul, tende a diminuir um pouco , porque que aí toda essa poluição é transportada para outra região”, explica.

Imagens de satélite mostram presença da fumaça em direção a SC, afetando a qualidade do ar em Florianópolis – Foto: CPTEC/INPE/SDC-SC
Segundo a Defesa Civil, a frente fria, associada a um sistema de baixa pressão, trará pancadas de chuva e temporais para a maioria das regiões catarinenses. Áreas próximas ao Rio Grande do Sul, onde a instabilidade deve ser mais intensa ao longo do dia, poderão ser mais afetadas.
‘Chuva preta’ é bom sinal para qualidade do ar
Segundo o meteorologista, a “chuva preta” indica que a fumaça está sendo dissolvida pela água, o que aumenta a qualidade do ar.
“O que a chuva faz? Pega toda essa poluição que está em suspensão na atmosfera e joga para o chão. Aí dá aquele fenômeno da chuva escura, chuva preta que deu no Rio Grande do Sul agora esses dias. A chuva é uma das formas de diminuir esse problema”, esclarece.
Chuva em Florianópolis ajuda, mas não resolve problema
A previsão de chuva para Florianópolis ajuda a aumentar a qualidade do ar, mas não resolve o problema.

Ao abrir a janela de casa, população já não consegue saber se o que vê nos céus é natural ou prejudicial – Foto: Deny Campos/ND
“Como o foco do problema está lá no Centro-Oeste e no Norte, tem que chover lá para acabar com as queimadas e, consequentemente, a fumaça”, ressalta Quadros.
Conforme o meteorologista, a temporada de chuvas no Norte e no Centro-Oeste está há algumas semanas de distância e deve amenizar a situação. A esperança, segundo Quadros, pode ser a atuação do fenômeno La Niña.
“Essa estação de chuvas é esperada começar entre o final de setembro e a partir de outubro, quando entra primavera e ainda pode ser que essa condição melhore. Caso a La Niña se configure tende a ter um pouco mais de chuva na região Norte do Brasil e melhora a condição.”