
Eyad BABA
Os ataques da semana passada contra prédios da ONU em Gaza, nos quais morreu um funcionário búlgaro, foram causados por “um tanque israelense”, declarou o porta-voz do secretário-geral da organização nesta segunda-feira (24).
“Segundo a informação disponível atualmente, os ataques que afetaram um grupo de edifícios da ONU em Deir el-Balah, em 19 de março, foram causados por um tanque israelense”, disse Stéphane Dujarric.
Um funcionário búlgaro da ONU morreu nos ataques, nos quais Israel negou qualquer responsabilidade. Outras seis pessoas – de França, Moldávia, Macedônia do Norte, Reino Unido, e um palestino – ficaram gravemente feridas.
“A localização deste complexo da ONU era bem conhecida pelas partes em conflito”, insistiu Dujarric.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, “condena energicamente estes ataques e pede uma investigação completa, exaustiva e independente”, repetiu.
Israel tinha informado na semana passada que estava investigando as circunstâncias da morte do funcionário búlgaro da ONU. O exército israelense, responsabilizado pelo Hamas, tinha negado envolvimento no bombardeio e um porta-voz militar assegurou que não houve “nenhuma atividade operacional” na região.
Após a retomada por parte de Israel dos ataques aéreos e operações terrestres na Faixa de Gaza, que romperam a trégua em vigor desde janeiro, a ONU decidiu “reduzir a presença” de seus funcionários no território palestino por “razões de segurança e operacionais”, disse o porta-voz.
Isto significa reduzir temporariamente “em cerca de um terço esta semana e talvez um pouco mais” o número de funcionários internacionais da ONU na Faixa de Gaza, ou seja, cerca de 30 das 100 pessoas presentes, explicou.
Trata-se de pessoal do Unicef, da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Programa Mundial de Alimentos e do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha).
“A ONU não vai sair de Gaza”, insistiu. Só a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (Unrwa) tem cerca de 13.000 funcionários.