
Família da mãe da criança está na capital fluminense aguardando decisão judicial sobre destino da garota. Pai se entregou na quinta-feira após ficar 15 dias desaparecido com a filha. Pai suspeito de sequestrar própria filha em SC se entrega no RJ
A menina de 8 anos que foi levada a um abrigo na cidade do Rio de Janeiro após o pai dela se entregar à polícia na quinta-feira (20) seguia no local até 14h50 desta segunda (24). A família da mãe da criança também continua na capital fluminense, onde aguarda a decisão do Poder Judiciário sobre o destino da garota, informou o delegado Bruno Fernando Alves de Oliveira, responsável pela investigação.
O pai passou 15 dias desaparecido com a filha e é suspeito de sequestrá-la e mantê-la em cárcere privado. Antes de ele se entregar, ele e a menina tinham sido vistos pela última vez em Ilhota, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. A Polícia Civil foi comunicada sobre o sumiço em 6 de março.
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Em relação ao pai, Anderson Rafael Hasse, ele passou por audiência de custódia e foi preso temporariamente. O mandado vale por 30 dias.
Segundo o delegado, caso o Poder Judiciário do Rio de Janeiro não o entregue a Santa Catarina, ele vai pedir a transferência do preso. O g1 entrou em contato com o advogado que representa o homem no processo familiar e não havia obtido retorno até a última atualização desta reportagem.
Ele se escondeu com a filha na Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, segundo a Polícia Civil. A corporação informou que ele se entregou com a filha no posto policial do bairro.
Anderson Rafael Hasse teve prisão decretada por suspeita de sequestro e cárcere privado da própria filha de 8 anos
Reprodução/Redes sociais
“Estava homizado [fugindo da Justiça] na Rocinha e decidiu por bem entregar a criança para se defender da melhor forma”, completou o delegado. Hasse, que estava com mandado de prisão em aberto desde 14 de março, é suspeito de sequestro, cárcere privado e desobediência.
A polícia não soube informar se ele havia alugado imóvel na região ou se estava hospedado na casa de conhecidos. A movimentação dele durante os 15 dias em que ficou desaparecido segue sendo investigada.
Fuga
A investigação policial apontou que ele planejou a fuga com a filha há cerca de três meses, após perder a guarda da menina e suspeitar que ela sofreu abuso sexual de um familiar. A polícia também investiga se a criança foi violentada.
As informações foram obtidas via depoimentos de amigos e familiares, que relataram à polícia não acreditar que de fato o pai cumpriria o plano.
Desaparecimento
O pai e a filha foram vistos pela última vez no Morro do Baú, em Ilhota, deixados por um motorista de aplicativo com várias malas e instrumentos musicais.
Na ocasião, Hasse disse ao condutor que um amigo o buscaria para irem até Blumenau.
De lá, iria com colegas de trabalho até Piratuba, no Oeste de Santa Catarina, para passar o feriado de carnaval. A cidade fica a cerca de 350 quilômetros de Blumenau.
Os colegas, no entanto, negaram terem programado esse passeio, informou a Polícia Civil.
Hasse vendeu o próprio carro e instrumentos musicais e fez um empréstimo bancário para financiar a fuga. Ele teria arrecadado mais de R$ 60 mil, quantia sacada das próprias contas bancárias, segundo a polícia.
Além do planejamento da fuga, Hasse fazia alienação parental para manipular a filha a se afastar da mãe. Segundo a polícia, essa prática ocorria há meses e foi um fator determinante para a perda dele da guarda da menina.
“A família da mãe conseguiu demonstrar que ele vinha alienando a criança, e houve a alteração da guarda. Quando se muda a guarda, os familiares maternos tomam conhecimento desses supostos abusos. Acreditam que tudo não passa de uma invenção do Anderson em razão da perda da guarda”, declarou o delegado.
A alienação parental ocorre quando um dos genitores, avós ou alguém que tenha a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância tenta exercer influência com o objetivo de romper os laços da criança ou adolescente com a outra pessoa.
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